Representação artística de uma exolua orbitando um planeta gigante gasoso (Imagem: NASA GSFC/Jay Friedlander e Britt Griswold)
Os planetas do nosso Sistema Solar orbitam uma estrela (o Sol) e alguns deles têm suas próprias luas, como é o caso da Terra, Júpiter e Saturno. Já os exoplanetas orbitam estrelas fora do nosso Sistema Solar. Em teoria, alguns deles também poderia ter luas – mas essa é uma hipótese que nunca foi provada.
Até agora. Apesar de ser extremamente difícil encontrar uma exolua (se elas sequer existirem), astrônomos têm esperança de que tecnologias possam, no futuro, chegar nesse feito.
Exoplanetas são planetas fora do nosso Sistema Solar. Eles são descobertos por um processo chamado método de trânsito, quando eles passam na frente de sua estrela e criam uma espécie de sombra que pode ser vista pelos equipamentos astronômicos. Funciona assim:
As descobertas atuais permitem especular que os exoplanetas têm suas próprias luas. No entanto, nenhum indício delas foi encontrado nos últimos 10 anos.
Mas há esperança. Um artigo de astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO), recentemente pré-publicado no servidor arXiv, sugere uma forma pela qual podemos detectar a presença de um exolua.
A técnica é parecida com a dos exoplanetas e consiste em medir a “oscilação” induzida por um objeto quando outro objeto o orbita. Porém, se encontrar um exoplaneta já é difícil, imagine uma exolua ainda menor.
Em 2018, astrônomos da Colúmbia até chegaram a notar um sinal que poderia ser uma lua de um exoplaneta. Mesmo assim, segundo o site Universe Today, isso nunca foi confirmado.
De acordo com o artigo, mesmo com a dificuldade em encontrar uma exolua atualmente, isso pode mudar no futuro à medida que instrumentos mais potentes entrem em operação.
Uma das técnicas possíveis seria a interferometria óptica, no qual vários telescópios ópticos, espalhados a uma pequena distância, combinam suas capacidades para aumentar a resolução do sistema como um todo. O equipamento que pode tornar isso possível em breve é o GRAVITY, um sistema de quatro telescópios espalhados pelo Interferômetro do Very Large Telescope, que fica no próprio campo do ESO, no Chile.
Essa combinação permite detectar oscilações de até 50 microssegundos de arco, o suficiente para encontrar luas relativamente grandes. No futuro, esse equipamento receberá uma atualização que permitirá detectar uma resolução de 10 microssegundos de arco, o que deve ser suficiente para encontrar as exoluas.
E tem mais. Outro instrumento, chamado Interferômetro de Linha de Base Quilométrica, poderia atingir uma precisão de até um microssegundo de arco. Neste caso, o equipamento ainda é apenas teórico.
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Quando o GRAVITY receber a atualização, já deve ser um bom teste para entender se as exoluas estão mesmo orbitando exoplanetas.
Esta post foi modificado pela última vez em 24 de setembro de 2025 18:09