Túnel vai das ruínas do sítio arqueológico de Taposiris Magna até um porto submerso no mar Mediterrâneo. (Imagem: Roland Unger / Wikimedia Commons)
Pesquisadores encontraram um porto submerso próximo às ruínas da cidade de Taposiris Magna, no Egito. Segundo a equipe, esse misterioso local abaixo do mar Mediterrâneo pode ser o túmulo da rainha Cleópatra. As descobertas podem ajudar a resolver o mistério entorno da morte da última faraó da história egípcia.
A estrutura foi encontrada pela arqueóloga Kathleen Martínez em parceria com Robert Ballard, o mesmo pesquisador que encontrou os destroços do Titanic. No sítio arqueológico de Taposiris Magna, ao norte do país, a dupla descobriu uma placa de vidro que descreve o local como um templo de Ísis, representante da cura e da magia. Acreditava-se que Cleópatra era a encarnação dessa divindade.
Em 2022, o grupo havia descoberto um túnel subterrâneo de 1,3km abaixo do templo. Essa estrutura leva até o mar, a um local com construções humanas sob a água, o que o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito confirmou ser um porto submerso.
Em mapas antigos, essa região era uma península com ilhas para além da costa. Porém, quando terremotos e um tsunami no decorrer dos séculos atingiram Alexandria, cidade onde está o templo, mudaram a paisagem.
A equipe esteve em busca de lugares para mergulhar e descobrir se esse túnel levava à alguma ilha, onde possivelmente Cleópatra pode ter passado seus últimos dias. “O que fizemos nos últimos dois anos foi mapear as estruturas para termos locais onde podemos mergulhar, porque hoje em dia é uma região de mar aberto e é muito difícil mergulhar”, relatou a pesquisadora em entrevista ao portal IFLScience.
Com um mapa pronto, agora os pesquisadores planejam iniciar as escavações subaquáticas. “Esta temporada que estamos planejando começar na próxima semana é ir com a equipe, mergulhar e realmente começar a escavação”, disse Martínez.
Em estudos anteriores, a equipe havia encontrado centenas de moedas com o rosto da rainha cunhado e o busto do quem acreditam ser seu pai. Dentre os artefatos, havia um pote datado do período da mudança de eras no Egito, quando a última faraó viveu.
As tecnologias de escaneamento do grupo revelaram também um pequeno busto enterrado no solo com um nariz característico e cabelos presos sob um cocar. Martínez acredita ser um retrato de Cleópatra, o oitavo já descoberto.
“Existem apenas sete imagens de Cleópatra em todo o mundo. Neste caso, dependemos dos especialistas para verificar se reúne todas as condições necessárias para ser ela, mas estamos muito otimistas devido ao contexto em que foi descoberta”, relatou a arqueóloga.
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Cleópatra se tornou rainha aos 18 anos ao assumir o trono com seu irmão Ptolemeu XIII, que logo a expulsou do reinado. Isso a fez buscar apoio com o imperador romano Júlio Cesar. Após morte de Cesar, em 44 d.C., ela mudou de aliança para o general Marco Antônio, que logo se tornou seu amante.
Os romanos, no entanto, se voltaram contra o reinado egípcio em 31 d.C, após a vitória de Otaviano e a derrota de Marco Antônio na guerra pelo domínio do império. Os amantes então fugiram para o Egito, que sofreu invasão no ano seguinte.
Normalmente, ao ser capturado, um inimigo de Roma seria arrastado pelas ruas da cidade após sua derrota. Porém, Cleópatra não foi encontrada, então os romanos realizaram esse ritual com uma estátua.
A principal teoria diz que, sabendo de seu destino, a rainha fugiu para um lugar seguro. Para onde? Essa é a grande questão que arqueólogos passaram séculos tentando resolver.
A pesquisa da equipe comandada por Martínez e Ballard é tema do documentário Cleopatra’s Final Secret, que estreia nesta quinta-feira (25) no National Geographic e, no dia seguinte, estará disponível nas plataformas Disney+ e Hulu.
Esta post foi modificado pela última vez em 25 de setembro de 2025 14:40