Mulher comendo doces e assistindo TV tarde da noite, ligada à alimentação emocional e estresse / Crédito: Flotsam (Shutterstock)
O hábito de jantar tarde da noite, especialmente pouco antes de dormir, é bastante comum entre pessoas com rotinas intensas de trabalho, estudo e compromissos. Muitas vezes, as refeições acabam sendo adiadas para depois das 21h. Mas será que esse costume pode prejudicar a saúde?
Neste artigo, vamos explorar como comer no fim do dia pode afetar o metabolismo, aumentar os riscos de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares, além de comprometer a qualidade do sono.
Nosso organismo funciona de acordo com os ritmos circadianos, ciclos de aproximadamente 24 horas que regulam sono, digestão, fome e produção hormonal. Durante o dia, o corpo está preparado para gastar energia e processar nutrientes. À noite, essas funções ficam naturalmente mais lentas.
Quando a última refeição acontece muito tarde, ocorre um desalinhamento entre o horário do jantar e a capacidade metabólica do corpo, o que pode aumentar a sobrecarga digestiva e prejudicar a saúde.
O metabolismo é o conjunto de processos que converte os alimentos em energia e mantém o funcionamento das células. À noite, ele desacelera, incluindo a digestão e a produção de hormônios.
Comer nesse período pode favorecer o acúmulo de gordura, reduzir a tolerância à glicose além de aumentar o risco de obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares.
Refeições pesadas antes de dormir podem prejudicar a digestão e afetar o bem-estar no dia seguinte.
Estudos mostram que comer após as 21h está associado ao aumento de gordura abdominal e à resistência à insulina, fator importante para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Especialistas explicam que a sensibilidade à insulina diminui à noite, dificultando o controle da glicose no sangue.
Pesquisas indicam que refeições tardias aumentam o risco de hipertensão, AVC e infarto. Segundo os estudos, a cada hora de atraso na primeira refeição do dia, o risco cardiovascular pode crescer em até 6%.
Depois de comer, o corpo entra em termogênese, processo de gasto de energia para digerir alimentos. Se isso acontece perto da hora de dormir, o organismo permanece em atividade quando deveria relaxar, prejudicando a qualidade do sono.
Outro problema é o refluxo gastroesofágico: deitar logo após o jantar facilita o retorno do ácido estomacal, causando azia, náuseas e desconforto noturno.
Além disso, a desaceleração do metabolismo à noite reduz a eficiência da termogênese, dificultando a queima de calorias e favorecendo o ganho de peso.
Outro problema que pode surgir desse hábito é a apneia do sono. Fazer refeições pesadas e gordurosas à noite aumentam o risco de desenvolver a apneia do sono, uma condição em que as vias aéreas se fecham temporariamente durante a noite. Isso compromete a respiração e reduz a qualidade do descanso.
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Especialistas recomendam manter um intervalo de 2 a 3 horas entre a última refeição e o sono. Para quem dorme entre 22h e 23h, o ideal é jantar até as 19h ou, no máximo, até 21h.
Em resumo, para cuidar da saúde durante a noite, é importante adotar alguns hábitos simples. Procure jantar de duas a três horas antes de dormir e prefira sempre refeições mais leves nesse período.
Também é recomendável evitar o consumo de cafeína após as 16h e manter-se bem hidratado ao longo do dia. Outro ponto essencial é garantir entre sete e oito horas de sono por noite, além de buscar horários regulares tanto para dormir quanto para se alimentar.
Esta post foi modificado pela última vez em 24 de setembro de 2025 20:42