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Apple diz que lei da UE atrasa recursos e aumenta riscos no iPhone

A Apple intensificou suas críticas à Lei dos Mercados Digitais (DMA), regulamentação criada pela União Europeia em 2022 para limitar o poder de grandes empresas de tecnologia. Em um comunicado oficial publicado em seu site, a companhia afirmou que a norma já está atrasando recursos de iPhone, AirPods e Mapas no bloco europeu e pode até afetar a chegada de novos produtos.

Segundo a Apple, as exigências da DMA comprometem a privacidade dos usuários, aumentam os riscos de segurança e dificultam a entrega de inovações de forma simultânea em todo o mundo. A empresa afirmou que, caso mantenha o modelo atual, os consumidores na União Europeia terão uma experiência inferior em comparação a outros mercados.

Apple argumenta que as exigências da lei europeia comprometem a privacidade dos usuários (Imagem: slvn_an/Shutterstock)

Recursos atrasados no iPhone e AirPods

A empresa citou exemplos concretos de funções que não chegaram aos europeus por causa das regras de interoperabilidade. Entre elas estão o Espelhamento do iPhone no Mac e a Tradução ao Vivo com AirPods, recurso baseado em Apple Intelligence para comunicação em vários idiomas.

Em ambos os casos, a Apple diz não ter encontrado soluções seguras para oferecer essas funcionalidades em dispositivos de terceiros sem comprometer dados dos usuários. Também ficaram para depois na Europa as funções Lugares Visitados e Rotas Preferidas no Mapas, que armazenam dados de localização apenas no dispositivo.

Alguns recursos do Apple Intelligence ainda não chegaram na UE por causa de restrições da DMA (Imagem: gguy/Shutterstock)

Mais riscos e menos controle na App Store

A Apple também destacou que a DMA obriga a empresa a permitir lojas de apps alternativas, sideloading e sistemas de pagamento externos. Isso, segundo a companhia, aumenta a chance de golpes, fraudes financeiras e instalação de softwares maliciosos.

O comunicado cita ainda a chegada de aplicativos de pornografia e apostas a iPhones na União Europeia, algo que nunca foi permitido na App Store. Como exemplo, a Apple mencionou o app Hot Tub, anunciado pela AltStore em 2025, e alertou para os riscos, especialmente para crianças.

Acesso a dados sensíveis

Outro ponto levantado é a obrigatoriedade de compartilhar informações e tecnologias essenciais com concorrentes. A Apple afirma que já recebeu pedidos para acesso ao conteúdo de notificações e ao histórico de redes Wi-Fi, dados que poderiam ser usados para rastrear deslocamentos de usuários, como visitas a hospitais ou tribunais.

De acordo com a empresa, nem mesmo a Apple tem acesso a esse nível de informação, e permitir que terceiros coletem esses dados colocaria consumidores da UE em “risco muito mais elevado de vigilância e rastreamento”.

Experiência prejudicada na União Europeia

A Apple argumenta que, em vez de ampliar a concorrência, a DMA está reduzindo a diferenciação entre plataformas. A companhia afirma que as mudanças aproximam o iOS do Android, diminuindo a diversidade de opções para os usuários.

Além disso, a empresa diz que há concorrência desleal, já que as regras são aplicadas apenas a ela, deixando de fora fabricantes como a Samsung, líder no mercado europeu.

Companhia do iPhone reclama de concorrência desleal com a Samsung no mercado europeu (Imagem: PixieMe / Shutterstock.com)

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Apelo por mudanças

No comunicado, a Apple conclui que a DMA “está piorando a experiência dos usuários na União Europeia” e pede às autoridades que revisem o impacto da lei. Enquanto isso, a empresa afirma estar dedicando milhares de horas de engenharia para adaptar seus produtos, mas alerta que não conseguirá solucionar todos os problemas.

Queremos que nossos usuários na Europa tenham acesso às mesmas inovações ao mesmo tempo que o resto do mundo, e lutamos para tornar isso possível, por mais que a DMA dificulte esse trabalho.

Apple em comunicado

Esta post foi modificado pela última vez em 25 de setembro de 2025 11:41

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Publicado por
Ana Luiza Figueiredo
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