Sistema já está sendo usado de forma privada por algumas instituições financeiras (Imagem: Etalbr/Shutterstock)
Nesta sexta-feira (26), o Banco Central (BC) adiou o lançamento do Pix parcelado, modalidade de pagamento que seria lançada ainda este mês, segundo informações do O GLOBO e confirmadas pela Folha de S.Paulo.
Alguns bancos já ofertam o sistema de forma independente do BC. Segundo o periódico, a decisão foi tomada, pois a novidade precisa passar por mais etapas no que diz respeito à regulamentação, de modo a aumentar a segurança de seu sistema financeiro.
Mais detalhes do GLOBO apontam que a necessidade de diminuir eventuais vulnerabilidades do sistema são mais urgentes, fazendo com que o BC priorizasse a isso ao invés de manter a data de lançamento original. Segundo a Folha, a informação será oficialmente liberada aos participantes do mercado na semana que vem, durante o encontro do Fórum Pix.
Enquanto era esperado que o novo sistema fosse lançado em setembro (segundo informação divulgada pelo BC em junho), ele dividiria as operações com as versões de cada banco até março de 2026, mas, de acordo com a Folha, o prazo voltou à pauta.
Segundo informações do GLOBO, o regulamento deve ser divulgado no próximo mês, enquanto o manual de experiência, que também seria divulgado agora, deve vir a público em dezembro. Fontes internas do BC apontam que esse atraso para liberar o Pix parcelado pode ser de até três meses por conta do foco nas ações segurança após ataques recentes a participantes do Pix.
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A decisão do Banco Central vem após os casos de desvios milionários que aconteceram por meio de ataques ao sistema financeiro. Investigações apontam que algumas instituições financeiras estariam ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil. Por conta dessa falha, o BC quer reforçar ao máximo as brechas na regulação utilizadas pelos criminosos.
Já a Folha apurou ainda que o desenvolvimento técnico do produto se mostrou mais complexo do que o previsto. Nisso, estão inclusas questões sobre o endividamento da população brasileira, já que o Pix parcelado dá mais uma oportunidade facilitada de contratação de crédito. Nesse âmbito, há especialistas que alertam que as pessoas podem pensar que estão realizando uma transferência parcelada, mas, efetivamente, trata-se de um empréstimo.
Eles ainda pedem atenção ao consumidor na hora de contratar esse tipo de serviço, sobre as taxas cobradas e compará-las às de outras formas de pagamento, tais como o parcelamento direto no cartão de crédito. Hoje em dia, as instituições financeiras que já têm seu próprio Pix parcelado cobram entre 1,59% a 9,99% ao mês, podendo ser maior ou menor a depender do perfil do cliente.
Além disso, o que vem “incomodando” são as questões que dizem respeito às normas em cima da forma de pagamento dessa nova modalidade, já que os produtos que estão no mercado têm regras variadas e não clarificam bem suas regras ao cliente, aponta a Folha.
O Olhar Digital procurou o BC e aguarda retorno.
Esta post foi modificado pela última vez em 26 de setembro de 2025 18:49