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Como a ONU pretende conter os riscos da Inteligência Artifcial

No mês passado, a Assembleia Geral da ONU anunciou medidas para debater e evitar possíveis danos causados pela inteligência artificial. A primeira é a criação de um painel científico independente, que contará com 40 especialistas. A segunda é a formação de um fórum global, onde esses especialistas apresentarão relatórios anuais. 

Esse grupo apresentará os relatórios no fórum chamado Diálogo Global sobre Governança da IA. As primeiras edições já têm data e local definidos: em 2026, em Genebra, e em 2027, em Nova York. 

Governança global da inteligência artificial ganha novos rumos Especialitas
Imagem: tadamichi/Shutterstock

Reino Unido, França e Coreia do Sul já realizaram cúpulas globais sobre IA. No entanto, nenhuma delas resultou em compromissos vinculativos para garantir a segurança da tecnologia. 

A ONU afirmou, em comunicado, que a nova arquitetura de governança será uma forma muito mais inclusiva de gestão internacional. Ela abordará as questões relacionadas à IA e garantirá que seus benefícios alcancem todas as pessoas. As informações são do site EuroNews.  

Prioridades

A inteligência artificial foi o foco principal da reunião anual de alto nível das Nações Unidas, realizada nesta semana em Nova York. Líderes do Conselho de Segurança da ONU discutiram os possíveis benefícios e riscos da IA em áreas como segurança, uso militar e desinformação. 

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, identificou quatro prioridades para a IA: 

  • Garantir o controle humano sobre o uso da força.
  • Construir estruturas regulatórias globais coerentes.
  • Proteger a integridade da informação em situações de conflito e insegurança.
  • Reduzir a lacuna de capacidades em IA.

Guterres também destacou como a IA pode ajudar a solucionar e antecipar problemas. Em seu discurso, afirmou: 

O questionamento não é se a IA influenciará a paz e a segurança internacionais, mas como vamos moldar essa influência para que seja usada de forma responsável.

António Guterres
António Guterres destaca prioridades Crédito: ONU/Loey Felipe

O debate geral de quarta-feira girou em torno de como o Conselho pode contribuir para garantir o uso responsável da IA, em conformidade com o direito internacional, apoiando processos de paz e prevenção de conflitos. 

Vários líderes europeus enfatizaram a necessidade de o Conselho liderar os esforços para garantir que a IA não seja utilizada por militares sem supervisão humana. O objetivo é evitar escaladas ou erros potencialmente devastadores. 

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Participação ampla

O chefe da ONU realizará uma reunião na quinta-feira para lançar oficialmente os dois novos órgãos. Será a primeira vez que todos os 193 Estados-Membros da ONU terão voz na forma como a governança internacional da IA será desenvolvida, segundo a organização. 

Líderes mundiais discutem o futuro da IA na ONU (Imagem: Ricardo Stuckert/PR)

Anteriormente, especialistas líderes em IA e ganhadores do Prêmio Nobel, incluindo figuras seniores da OpenAI, Google DeepMind e Anthropic, haviam feito um apelo para que as Nações Unidas liderassem um tratado global vinculativo. Esse tratado deveria estabelecer “mínimos limites de segurança” para a IA, com o objetivo de evitar os “riscos mais urgentes e inaceitáveis”. 

Entre os signatários do apelo estavam parlamentares europeus, como o ex-primeiro-ministro italiano Enrico Letta e a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, que atualmente atua como alta comissária das Nações Unidas para os direitos humanos. 

Esta post foi modificado pela última vez em 27 de setembro de 2025 16:19

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Publicado por
Beatriz Campos