Desenvolvedora do ChatGPT defende que seus modelos de IA são suficientemente valiosos para vários setores da sociedade (Imagem: Summit Art Creations /Shutterstock)
Levantamento da TechInsights mostra que, até o final de 2025, o mundo chegará a 2,5 milhões de modelos de IA. Esse número indica o ritmo acelerado do desenvolvimento e implementação da tecnologia, explica a análise da consultoria.
Mas será que esses modelos de IA apresentarão um retorno satisfatório sobre o investimento? Matéria no The Wall Street Journal mostra que grandes empresas de tecnologia já gastaram com data centers, chips e energia mais do que custou construir o sistema de rodovias dos Estados Unidos em 40 anos.
A resposta mais curta é: ninguém sabe. Segundo o WSJ, está havendo uma aposta especulativa de que o uso da IA irá melhorar a economia e gerar lucros no curto prazo.
Durante uma conferência há alguns meses, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, travaram o seguinte diálogo:
O próprio Zuckerberg explicou que os gastos das Big Techs até 2028 seriam de cerca de US$ 600 bilhões (R$ 3,2 trilhões).
O entusiasmo das empresas em torno da IA lembra a correria que ocorreu no final da década de 1990, quando empresas de telecomunicação nos Estados Unidos gastaram US$ 100 bilhões (R$ 534 bilhões) para espalhar cabos de fibra óptica por todo o país, confiando no crescimento da internet.
Como o crescimento não foi o esperado, as empresas de telecomunicações foram as mais impactadas pela crise das pontocom, com grandes companhias falindo ou sendo incorporadas por outras.
Na verdade, a matéria mostra que o faturamento das empresas com os modelos de IA não justifica, pelo menos agora, o investimento que elas pretendem fazer.
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A OpenAI divulgou planos de investir pelo menos US$ 1 trilhão (R$ 5,4 trilhões) em data centers nos próximos anos. Além disso, comprometeu-se a pagar cerca de US$ 60 bilhões por ano para usar os data centers da Oracle. O problema é que a empresa arrecada apenas cerca de US$ 13 bilhões em receita de seus clientes.
David Cahn, sócio da consultoria Sequoia, explica que “apenas o investimento em infraestrutura de IA em 2023 e 2024 exigirá que consumidores e empresas comprem cerca de US$ 800 bilhões em produtos de IA ao longo da vida dos chips, que é de três a cinco anos”.
Como o setor de tecnologia irá cobrir essa lacuna é a questão de um trilhão de dólares.
Mark Moerdler, analista da consultoria Bernstein, em entrevista ao WSJ.
Apesar de as empresas acreditarem que o cenário atual é bem diferente daquele de duas décadas atrás, os sinais de que o otimismo em relação à IA pode não se concretizar são grandes.
A verdade é que o futuro da IA é promissor, mas os custos altos e o retorno incerto levantam dúvidas sobre a sustentabilidade dos investimentos realizados pelas empresas.
Esta post foi modificado pela última vez em 26 de setembro de 2025 17:59