Nova onda de mortes pela Covid-19
Em dois meses e meio, metade do período anterior, chegamos aos 300 mil mortos por Covid-19, em 24 de março. Depois disso, para alcançar os 400 mil óbitos o tempo foi novamente cortado pela metade, chegando apenas 36 dias depois, em 29 de abril. Foi nesse período que atingimos o recorde de mortes em 24 horas: 4.249 óbitos foram registrados em 8 de abril.
Nessa época, o Olhar Digital conversou com Marcelo Simões, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia, que fez um panorama da pandemia no Brasil.
"A pandemia atacou o mundo inteiro, mas alguns países tiveram uma maneira de conduzir diferente do Brasil. O que ocorreu por aqui realmente foi uma tragédia. A gente não teve uma direção do Ministério do Saúde. Nesse cenário, pela forma como foram feitas as coisas, os 400 mil mortos se justificam", explicou.
Agora, o Brasil vê uma nova redução nas mortes por Covid-19. O país chega a marca de 500 mil um mês e meio após o recorde anterior. Dessa vez, a diferença é um avanço maior da vacinação, com a chegada de imunizantes de mais laboratórios. Em São Paulo, o objetivo é ter 100% da população adulta vacinada até outubro. Outros estados trabalham com metas semelhantes.
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No geral, 28% dos brasileiros com mais de 18 anos tomaram pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. São cerca de 60.381.020 de doses aplicadas. A segunda dose foi aplicada em 24.085.577 de pessoas, o que corresponde a 11,37% da população. No total, segundo o Ministério da Saúde, mais de 84 milhões de vacinas foram usadas.
O país é hoje o 68º no ranking global de vacinas aplicadas por cada 100 habitantes e o 4º no de doses totais. Já em número de mortes, o Brasil aparece em 2º lugar, atrás apenas dos Estados Unidos.
Nos EUA e em partes da Europa, as flexibilizações já começaram a acontecer e a vida tem voltado ao normal. “O mais importante é que o Brasil poderia estar na mesma situação, no caminho do fim da pandemia, se tivesse contratado no tempo certo as vacinas contra Covid-19 que foram oferecidas, se o governo federal tivesse feito uma melhor gestão do Brasil com a China, com a Índia e com a Rússia, para garantir o IFA (princípio ativo usado para fabricação das vacinas)”, completou Simões.