Covid-19: entenda a pandemia que já matou 600 mil pessoas

Texto: Nick Ellis
Conceito: Eduardo Nuvens

2020 ficará marcado para sempre nos livros de história como o ano em que a humanidade enfrentou sua maior pandemia em mais de um século, a Covid-19, causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

O surto da Covid-19 foi descoberto no final do ano passado, com epicentro na cidade de Wuhan, na China, mas um estudo mais recente diz que o vírus não teria surgido no mercado de animais da cidade, e já teria chegado ao local adaptado à transmissão humana.

Em março, a OMS classificou a Covid-19 como uma pandemia. No mesmo mês, a organização declarou que a Europa era o novo epicentro da Covid-19, e não mais a China. Em apenas 3 meses, a Covid-19 tinha matado mais pessoas do que o H1N1 em um ano e meio.

O Dr. Li Wenliang, o médico chinês que ficou famoso ao alertar o mundo sobre os riscos de uma pandemia da Covid-19, contraiu a doença, foi hospitalizado e acabou morrendo.

Empresas como a Delta, American Airlines e a British Airways suspenderam seus voos para a China, mas o esforço para conter o vírus pode ter acontecido tarde demais, se olharmos para os números de casos tanto nos Estados Unidos quanto no Reino Unido.

Um estudo diz que o vírus pode ter se espalhado pelos Estados Unidos já em dezembro. Apesar dos esforços na realização de exames em aeroportos no país, eles são o país mais atingido pela pandemia, seguido pelo Brasil, que não tomou o mesmo cuidado.

Só em março, o presidente Donald Trump reconheceu pela primeira vez a gravidade da pandemia, declarando Estado de Emergência Nacional no país. Trump depois se envolveu em uma polêmica, ao dar a entender que desinfetantes poderiam ser injetados para combater o vírus.

Com 6 meses, a pandemia causou o colapso de sistema de saúde de vários países, e atualmente o número de infectados já ultrapassa os 5 milhões, um número que foi atingido em maio. A Covid-19 já causou a morte de quase 600 mil pessoas, e a América Latina é considerada o novo epicentro mundial da doença.

Além da saúde pública, o mercado financeiro foi abalado de forma inédita pela pandemia. Desde o começo, as previsões sobre o impacto econômico da Covid-19 eram bem graves.

Ao redor do mundo, autoridades de saúde planejaram como tentar achatar a curva de contágio do novo coronavírus. Um estudo indica que o lockdown pode ter evitado mais de 3 milhões de mortes na Europa.

Um grande exemplo de sucesso foi a Nova Zelândia, que conseguiu vencer o vírus, e hoje não tem mais nenhum caso registrado, assim a vida dos seus cidadãos voltou ao normal.

O uso da geolocalização em smartphones tem ajudado vários governos a controlarem a pandemia, e a Apple e o Google até se uniram para desenvolver uma solução única para Android e iOS, que foi adotada por diferentes governos ao redor do mundo.

Ao redor do mundo, governos estão usando dados de localização dos celulares para o combate à Covid-19.

Em maio, a OMS alertou sobre o risco de uma segunda onda de contágio de Covid-19, que poderia ser ainda mais mortal.

A OMS declarou que o surto da Covid-19 pode demorar mais cinco anos para ser controlado. A organização também disse que existe a possibilidade de mesmo com uma vacina, a Covid-19 não desaparecer, se transformando em uma doença endêmica.

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Simulação previu o impacto global de uma pandemia

Uma simulação feita em outubro de 2019 mostrou que o mundo não estava preparado para enfrentar uma possível pandemia, mas ela foi feita antes da identificação do novo coronavírus. De acordo com o resultado, uma pandemia poderia matar até 65 milhões de pessoas, e ao mesmo tempo causar uma crise financeira global.

Essas projeções mostravam um vírus com maior capacidade de transmissão, e muitos países tomaram precauções para evitar o contágio, e assim o resultado está longe dessas projeções, mas mesmo assim significa uma imensa tragédia na história do mundo.

Um estudo espanhol concluiu que a chamada imunidade de rebanho natural contra Covid-19 é inviável sem causar um enorme volume de mortos.

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Como a China conseguiu controlar a pandemia

Depois de negar a existência da doença em um primeiro momento, o governo chinês tomou medidas radicais para isolar a região de Wuhan do resto do país, como suspensão de transportes públicos e viagens aéreas.

Além disso, o governo impôs uma quarentena forçada para a população de mais de 11 milhões de pessoas, o que levou Wuhan a ficar parecida com uma cidade fantasma, seja vista por drones ou por satélites.

Ainda em janeiro, a China construiu em apenas 10 dias um hospital para tratar dos pacientes infectados com a Covid-19. Ao mesmo tempo, a empresa prendeu pessoas que estivessem espalhando boatos sobre o novo coronavírus.

Desde o começo da pandemia, o uso de máscaras foi adotado na China, inclusive com o uso de drones para alertar pessoas que estavam andando sem elas. Algumas cidades chinesas chegaram a ficar sem estoque de máscaras.

A China também usou robôs que emitem luz UV para desinfetar hospitais. O país também usou sensores infravermelhos para medir a temperatura de passageiros em ferrovias e aeroportos e assim detectar possíveis infectados.

Os esforços do governo chinês inclusive levaram a uma redução da poluição atmosférica no país.

O alcance da pandemia

No começo deste ano, o Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA) colocou no ar um painel online que mostra o avanço da doença.

Quando escrevemos o primeiro post sobre o painel, eram menos de 3 mil casos identificados do vírus, a maioria deles localizada na China. Atualmente, são quase 16 milhões no mundo inteiro.

Hoje (24/07/2020), o número de mortes causadas pela Covid-19 no mundo ultrapassa a marca de 630 mil. Os cinco países com maior número de óbitos até o momento são os Estados Unidos com 144 mil mortes, o Brasil com 84 mil mortes, o Reino Unido com 45 mil mortes e a Itália com 35 mil mortes.

Se no começo do monitoramento, a maioria dos casos era na China, o vírus da Covid-19 logo se espalhou para o resto do mundo, atingindo em cheio a Europa, especialmente a Itália, que teve 35 mil mortos, a França, com 30 mil mortos e a Espanha, com 28 mil mortos, além do já citado Reino Unido.

Atualmente, o ranking de países pelo número de casos confirmados também é liderado pelos Estados Unidos, com mais de 3,5 milhões de infectados, e pelo Brasil, com mais de 2 milhões de casos, seguidos da Índia, com mais de 1 milhão de pessoas atingidas.

Como a Covid-19 se propaga?

Como a Covid-19 se propaga?

No início, acreditava-se que cada infectado poderia passar o coronavírus para até outras 3 pessoas. Um estudo feito em abril indica que um infectado pode contagiar até 6 pessoas, o que poderia dobrar os casos a cada 3 dias.

Apesar de 90% dos infectados pela Covid-19 desenvolverem sintomas como alteração no olfato ou paladar, dor de cabeça, febre, tosse ou dor de garganta, não são apenas as pessoas com sintomas que podem passar o vírus. Além disso, o vírus pode sobreviver por mais de uma semana em algumas superfícies, e também poderia sobreviver no ar por até 30 minutos.

No fim de março, a OMS declarou que não há transmissão aérea de Covid-19, mas existem cientistas que contestam essa informação. Recentemente, a OMS voltou atrás, e admitiu a possibilidade de transmissão aérea do vírus.

Por esses motivos, a infecção se alastrou rapidamente pelo mundo apesar de inúmeros esforços. Apesar disto, sem as iniciativas de quarentena e isolamento social adotados por muitos países, a situação da pandemia estaria bem pior hoje em dia.

É possível que mesmo os curados da Covid-19 apresentem graves consequências por conta da doença. Também existem relatos de que seria possível pegar a Covid-19 mais de uma vez. Um estudo sobre Covid-19 mostra que a imunidade contra o vírus pode ser duradoura, enquanto outro diz que os anticorpos de Covid-19 podem durar só três meses.

Um experimento feito em vídeo mostra como a Covid-19 pode se espalhar rapidamente, confira aqui.

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Como se proteger

O isolamento e distanciamento social, lavagem das mãos com água e sabão, uso de máscaras e higienização de tudo que vem da rua são as formas mais eficazes de se proteger da infecção e contrair a Covid-19.

Acredita-se que o uso uso de máscaras pode reduzir em até 40% o aumento de casos da Covid-19, assim, o uso de máscara é uma forma de proteção não só de si mesmo, mas também de todos os outros. Essa animação mostra a eficácia da máscara contra o vírus.

Caso seja necessário sair na rua, existem 10 práticas que podem ser seguidas e que podem ajudar a evitar o contágio pela Covid-19, de acordo com orientações da OMS. Ao voltar, a primeira coisa a fazer é higienizar as mãos.

Outra dica fundamental é higienizar bem o seu smartphone, que pode ser um vetor para a transmissão do vírus, saiba aqui o que você deve fazer.

Aqui damos algumas dicas de como identificar se o que você está sentindo é Covid-19, ou uma gripe, resfriado ou alergia.

Um vídeo mostrou os danos causados pela Covid-19 aos pulmões.

Os esforços pela vacina

Os esforços pela vacina

Apesar de algumas expectativas iniciais bem otimistas, e de todo o esforço feito ao redor do mundo para pesquisar e desenvolver uma vacina para a Covid-19, até agora ainda não tivemos resultados comprovados. Em junho, a OMS declarou que espera ter milhões de doses de vacina contra a Covid ainda em 2020.

Uma vacina desenvolvida nos Estados Unidos teve um resultado promissor, e já está nos testes finais, e outra vacina está sendo testada na Índia. Uma nova vacina feita China teria tido sucesso em testes feitos em macacos, e os primeiros testes em humanos já foram feitos.

A Rússia também anunciou o sucesso dos testes com sua vacina para a Covid-19, que será distribuída a partir de agosto. O país foi acusado de espionagem pelos Estados Unidos, que fez a mesma acusação contra a China.

Os testes da vacina no Brasil

Como o Brasil é um dos epicentros atuais da pandemia, temos sido usados para testes de vacinas em potencial. O Brasil vai participar dos testes de vacina da Universidade de Oxford, considerada a mais promissora pela OMS, que deve ser distribuída ainda em 2020.

Recentemente, a empresa chinesa Sinovac Biotech abriu inscrições de profissionais de saúde de São Paulo que queiram ser voluntários nos testes de sua vacina CoronaVac.

Em breve, o Brasil pode ser usado para testes de mais uma potencial vacina chinesa.

O processo de desenvolvimento das vacinas

Em janeiro, pesquisadores de Hong Kong já estavam desenvolvendo uma potencial vacina. Logo depois, até mesmo uma suposta cura foi anunciada por uma equipe de pesquisadores da Tailândia.

O chefe da OMS (Organização Mundial de Saúde) destacou em fevereiro os esforços para a criação de uma vacina, que poderia ficar pronta em 18 meses. Em fevereiro, pesquisadores australianos conseguiram cultivar o vírus vivo de pacientes reais fazendo o sequenciamento genético. Ainda em fevereiro, mais de 20 potenciais vacinas já estavam sendo desenvolvidas.

Em março, uma empresa americana teria terminado uma potencial vacina, mas ela ainda teria que ser validada e só poderia ser usada em março do ano que vem. Também foram feitos testes com transfusão de anticorpos para tentar conter o coronavírus.

Os Estados Unidos começaram outro teste de uma vacina em março. Cientistas brasileiros também trabalham desde então em uma possível vacina, e o governo chinês aprovou o início dos testes de uma possível vacina em humanos.

Conversamos em março com os cientistas da Distributed Bio, que trabalha para criar uma possível vacina universal que poderia significar o fim das pandemias.

No fim de março, a OMS declarou que a vacina contra a Covid-19 ainda deveria demorar mais 18 meses. No entanto, uma vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson poderia chegar no início de 2021.

No começo de abril, a OMS já tinha registrado 52 candidatas a vacinas que iriam iniciar seus testes em breve, e uma vacina produzida em Israel começou a ser testada em animais. Alguns dias depois, a Austrália iniciou os testes com duas vacinas.

A fundação filantrópica de Bill Gates, a Bill & Melinda Gates Foundation, também está financiando o desenvolvimento de sete potenciais vacinas contra a Covid-19.

Como a Covid-19 se propaga?

Eventos presenciais cancelados ou repensados

Desde o começo da pandemia, foram vários eventos internacionais adiados, a começar pelo maior torneio de League of Legends da China. Com exceção da CES 2020, que aconteceu no começo do ano, e pode ter sido um foco de disseminação da Covid-19, todos os grandes eventos de tecnologia acabaram sendo cancelados ou reformulados, incluindo um dos mais importantes, a MWC 2020 que aconteceria em Barcelona, Espanha.

O SXSW e a E3 também foram cancelados. Um dos poucos eventos que continuam confirmados, é a IFA em Berlim, Alemanha, que foi totalmente reformulada e terá um número reduzido de participantes, com os eventos sendo transmitidos online.

Os lançamentos e eventos de empresas como Google, Microsoft, Samsung e Apple foram transformados em transmissões streaming em 2020. Além disso, os Jogos Olímpicos de Tóquio também foram adiados para 2021.

A pandemia da Covid-19 no Brasil

No último dia 17 de julho, o Brasil teve 1163 mortes em 24h, atingindo um número de 77 mil óbitos. Nas mesmas 24 horas, foram confirmados 34.177 casos da Covid-19 no país, em um total de 2.046.328 casos.

Com a pandemia, aconteceu uma volta dos cinemas drive-in, no qual é possível assistir a um filme mantendo o isolamento social. Atualmente, a cidade de São Paulo liberou algumas regiões a abrirem cinemas e academias. O Rio de Janeiro também anunciou em junho a abertura gradual das atividades econômicas.

Apesar do comitê da Covid-19 ter dito que São Paulo atingiu o platô da pandemia em junho, com diminuição do número de mortos e da ocupação de leitos, depois da reabertura promovida pelo governo de São Paulo a partir do mês passado, o número de mortos cresceu.

No começo do mês, um estudo britânico mostrou que a propagação da Covid-19 voltou a acelerar no Brasil. A previsão dos especialistas é de 90 mil mortes no país até o fim do mês. Além disso, com a subnotificação, o Brasil pode ter até 21 mil mortes a mais causadas pela Covid-19.

Uma a cada quatro mortes pela Covid-19 nas Américas acontece no Brasil, segundo a OMS.

Como chegamos nesse resultado?

No Brasil, o primeiro caso confirmado foi o de um paciente de Belo Horizonte, que tinha viajado para Wuhan recentemente. No mesmo dia, passaria para três o número de casos suspeitos no nosso país.

Segundo especialistas, a Covid-19 poderia afetar mais idosos e pessoas com problemas respiratórios. Apesar disso, a Covid-19 também pode ser grave em pessoas mais jovens.

O governo trouxe os brasileiros que estavam em Wuhan e eles ficaram em quarentena, mas isso não impediu que a Covid-19 chegasse por aqui, por conta da pandemia ter se espalhado pelo mundo antes que as medidas de restrição pudessem contê-la.

Em fevereiro, um laboratório de Curitiba criou um teste para detectar o novo coronavírus. Em março, a Unicamp começou a produzir testes para diagnóstico da Covid-19, e oito testes foram aprovados pela Anvisa.

No fim de março, o Ministério da Saúde capitaneado pelo Ministro Mandetta anunciou que iria adquirir 22,9 milhões de testes. Apesar disto, a falta de testes tem sido um dos grandes problemas enfrentados pelo país nesta pandemia, além das citadas suspeitas de subnotificação.

Uma pesquisa indicou que 9 em cada 10 casos da Covid-19 no Brasil não estariam sendo detectados. Outro estudo apontou que o Brasil pode ter 10 vezes mais casos de Covid-19 do que o notificado.

No dia 20 de março, o Senado Federal aprovou o pedido de estado de calamidade pública feito pelo governo brasileiro. No mesmo mês, o Brasil fechou suas fronteiras terrestres com os países vizinhos da América do Sul, mas não os portos e aeroportos.

Também em março, foi registrado o primeiro caso de transmissão entre estados no Brasil, e aconteceu a primeira morte em São Paulo. Nesse momento começaram os esforços para diminuir aglomerações feitos por prefeituras e governos de estado.

A prefeitura de São Paulo decretou o fechamento do comércio, com algumas exceções, e cancelou os eventos públicos no mês. Além disso, o governador de São Paulo, João Dória, também determinou uma quarentena no estado.

Os serviços de entrega foram impulsionados pela pandemia no Brasil. O Ministério Público do Trabalho decidiu que os aplicativos de entrega devem fornecer formas de higienização e orientação aos entregadores.

A Aneel suspendeu o corte de energia elétrica por 90 dias a partir de março. além disso, a conta de luz não terá tarifas extras até dezembro deste ano.

Até a metade de março, o Brasil também não tinha restringido a entrada de estrangeiros, o que em março já tinha sido feito por mais de 40 países. Só no dia 23 de março, o governo decidiu finalmente fazer a restrição a entrada de estrangeiros em voos internacionais.

No mesmo mês, o presidente Jair Bolsonaro participou de manifestações populares e foi criticado. Além disso, o presidente teve um vídeo apagado do Twitter, Instagram e Facebook, por ter contrariado a recomendação de isolamento das autoridades de saúde.

O governo mandou embora o Ministro Henrique Mandetta, que foi substituído por Nelson Teich. Ele não durou muito no cargo, e acabou pedindo demissão por divergências com o presidente Bolsonaro.

Há mais de dois meses, o responsável pela saúde no Brasil é o ministro interino, o Gen. Eduardo Pazuello. Com ele, o Brasil mudou a forma de divulgação dos dados sobre a doença. A Justiça cobrou explicações do ministro interino pela recomendação do uso da cloroquina para combater a Covid-19.

Em maio, o ex-Ministro Mandetta, fez disse que o surto da Covid-19 no Brasil ainda estava no começo, e fez duas previsões que acabaram sendo certeiras, de que o país teria mais de 1000 mortes pela doença, e que se tornaria um dos países com maiores números de casos do mundo.

No começo do mês, o Brasil decidiu proibir novamente a entrada de estrangeiros no Brasil por 30 dias. Em junho, Jair Bolsonaro ameaçou retirar o Brasil da OMS. Recentemente, o presidente diz ter testado positivo para a Covid-19 pela segunda vez.

Medicamentos ineficazes vendidos como solução mágica

Medicamentos ineficazes vendidos como solução mágica

Alguns medicamentos como a cloroquina ou hidroxicloroquina e a ivermectina foram vendidos como solução mágica para acabar com a Covid-19, mesmo sem qualquer comprovação científica de que seriam eficazes. Infelizmente, alguns deles causam efeitos colaterais sérios, e podem até mesmo causar o óbito do paciente tratado.

Apontada como um possível remédio para a Covid-19, e defendida pelos presidentes dos Estados Unidos e Brasil, a hidroxicloroquina não era indicada pela Anvisa. Depois, ela acabou tendo seu uso validado pelo Ministério da Saúde, e cloroquina chegou a ser usada em pacientes graves da Covid-19.

Pesquisadores e cientistas lamentaram o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Atualmente, ela não é indicada para o tratamento da doença segundo a OMS. Um novo estudo diz que o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 agrava quadros e causa mortes. Outro estudo feito com 96 mil pessoas indica o aumento do risco de morte.

O ex-Astronauta Marcos Pontes, que é o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, promoveu o vermífugo Annita como outra possível solução mágica. Com o argumento de que os resultados dos testes In Vitro haviam sido promissores, o medicamento chegou a ter duas rodadas de testes com pacientes infectados com a Covid-19.

Não é recomendado que pacientes tomem nenhum remédio sem comprovação científica de sua eficácia.

O Brasil que dá certo no combate à Covid-19: tecnologia e ciência

Apesar de tudo, desde o começo da pandemia, temos visto cientistas brasileiros se destacando no combate ao surto da Covid-19, e o simples fato de termos um serviço de saúde universal, que está acessível a todos os brasileiros, também ajudou a evitar o pior.

Pesquisadores da USP criaram um projeto de ventilador pulmonar de baixo custo. Outros cientistas da mesma universidade também criam um robô para ajudar no combate à Covid-19, o que pode reduzir o contato direto dos profissionais de saúde com pacientes infectados. A USP e a In Loco fizeram uma parceria para acompanhar e prever possíveis colapsos dos sistemas de saúde por região.

No Brasil, pesquisadores usaram inteligência artificial e notícias para tentar prever casos da doença. A Fiocruz tem testado diferentes tratamentos contra a Covid-19 em uma iniciativa global da OMS.

Um hospital em São Carlos (SP) tem usado rodos com luz ultravioleta criados pelo Rodo UV-C Hospital utilizará rodos com luz ultravioleta criado pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP para descontaminar os ambientes.

Uma empresa brasileira desenvolveu um teste capaz de detectar a Covid-19 em 10 minutos. Pesquisadores da Fundação Hemominas de Belo Horizonte, Minas Gerais criaram um método que pode acelerar o diagnóstico da Covid-19 em 40 vezes. O acelerador de partículas brasileiro também está sendo usado para estudar a estrutura do vírus.

Um site criado no Brasil monitora o risco de contágio em bairros e ruas. Uma plataforma criada em conjunto pelas operadoras Claro, Oi, Vivo e TIM pode identificar aglomerações, e está sendo usada por diferentes estados e prefeituras.

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