Entretanto, a instalação dos equipamentos é apenas parte do processo: "você precisa de uma série de trâmites técnicos e burocráticos com a concessionária de energia local. Ela vai analisar se a rede local tem condições de absorver a energia, ela vai mudar o seu medidor pra um modelo bidirecional que vai medir tanto a energia injetada na rede quanto o que você continua absorvendo dela, e isso tem alguns trâmites. As concessionárias têm 30 a 60 dias para analisar cada etapa desse projeto".
Quem cuida destes trâmites é a empresa responsável pela instalação, mas por causa deles podem ser necessários entre três e quatro meses entre o momento em que o cliente fecha a compra e quando o sistema é colocado em funcionamento. Felizmente, o consumidor não precisa se preocupar com muita coisa durante o processo.
"As empresas que fazem a instalação costumam trazer uma solução que é quase 'chave na mão': elas já sabem quais são os bancos que financiam, quais são os benefícios fiscais, de tal forma que no processo de compra fica tudo muito transparente para o comprador", diz Susteras.
"É como quando você vai na concessionária comprar um carro novo, e a própria concessionária cuida do financiamento, às vezes do seguro, esse tipo de coisa. Cada vez mais estamos vendo que os instaladores estão assumindo essa postura de venda consultiva, vendem não só o sistema, mas sim a solução completa com o financiamento, o seguro necessário, trâmites com a concessionária, etc.", complementa.
Mas a energia solar não é privilégio exclusivo de quem tem um telhado e se dispõe a instalar equipamento sobre ele. Mesmo quem tem um apartamento ou mora em uma casa alugada pode tirar proveito deste método de geração de energia: isso por causa do surgimento de serviços de "geração compartilhada".
"Desde 2016 há uma modalidade regulatória chamada geração compartilhada que também tem permitido a este público acessar a energia solar. Normalmente são sistemas de assinatura, mensalidades, que o consumidor contrata e passa a ter acesso à energia solar como se o equipamento estivesse no telhado dele, mas ao invés de usar a energia do telhado dele ela vem de uma fazenda solar em outra região, na mesma área de concessão, e através do fio da concessionária ela chega pra pessoa", diz Susteras.