A imensidão do espaço pode abrigar quase todo tipo de coisa. Mas um sanduíche? E do Conde Drácula ainda?? Pois é, os cientistas foram longe demais dessa vez…
É claro que não estamos falando nem de comida nem de vampiros. O nome que aparece no título é um apelido dado por astrônomos a uma estrela jovem recém-descoberta.
O novo objeto na Via Láctea foi identificado por uma equipe liderada por Ciprian Berghea, do Observatório Naval dos Estados Unidos. Os resultados estão no The Astrophysical Journal Letters.
Leia mais
- Fuga de estrela ‘bebê’ é observada pela primeira vez
- James Webb flagra nascimento de enorme aglomerado de estrelas
- 12 melhores filmes de ficção científica para assistir nos streamings, segundo a crítica
Como você pode ver na imagem acima, que ilustra esse texto, o Sanduíche do Drácula (ou Chivito do Drácula, que é um sanduíche uruguaio), é uma estrela jovem cercada por um espesso disco de poeira e gás. Visto de lado, o astro tem mesmo o formato de um hambúrguer.
Falando em hambúrguer…
- Não é a primeira vez que astrônomos dão um apelido desse tipo.
- Um objeto de formato semelhante descoberto na Via Láctea em 1985 foi chamado de Hambúrguer do Gomez.
- Anos mais tarde, em 2008, os cientistas definiram que o objeto era uma estrela bebê a cerca de 900 anos-luz de distância.
- Pela semelhança, o Chivito do Drácula também está sendo considerado uma estrela jovem.
- Berghea e colegas determinaram que o astro central é provavelmente uma estrela quente do tipo Herbig Ae, que queima a temperaturas de cerca de 8.000 Kelvin (7.727 Celsius ou 13.940 Fahrenheit).
- O disco abrange ainda cerca de 1.650 unidades astronômicas de raio (que é 1.650 vezes a distância da Terra ao Sol).
- Isso é bastante próximo das propriedades do Hambúrguer de Gomez, mas o Chivito do Drácula tem algo extra: dois filamentos salientes dos “pãezinhos” que os pesquisadores comparam a presas (e aí entra a parte do vampiro).
Estrelas raras
Os cientistas acreditam que o “hambúrguer” e o “sanduíche” possam representar uma classe de estrelas recém-nascidas sobre a qual sabemos muito pouco.
Isso porque os dois foram encontrados longe dos chamados berçários estelares, que são ricos em materiais a partir dos quais novas estrelas são forjadas. Em vez disso, ambos parecem flutuar num espaço relativamente vazio, com poucas pistas sobre como nasceram.
A descoberta representa uma nova oportunidade para estudar a estrutura vertical do processo de formação estelar, mas também sugere que, embora possivelmente raras, as estrelas bebês isoladas podem ser mais comuns do que pensávamos.
O mistério continua. Encontrar mais objetos como esses poderia ajudar os cientistas a resolver essas questões. Além de garantir mais nomes divertidos.
As informações são do Science Alert.