Nesta quinta-feira (20), a autoridade de antiguidades de Israel comunicou que foram descobertos, na costa norte do país, destroços de um navio naufragado há mais de três mil anos.

Segundo especialistas, trata-se de “descoberta histórica de proporções globais”. Além disso, ela desafia a história da navegação mundial. Mas, por que tanto mistério?

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Centenas de jarros milenares foram encontrados a bordo do navio (Imagem: Israel Antiquities Authority)

Detalhes do navio naufragado há mais de três mil anos

  • Os destroços foram encontrados pela Energean, empresa de energia londrina que opera na costa de Israel;
  • O navio está em profundidade de mais de 1,5 mil metros;
  • A Energean descobriu, a partir de estudo próprio, que a carga do navio possuía centenas de ânforas (vaso antigo) que armazenava produtos, como vinho e azeite, na Idade do Bronze;
  • Autoridades entendem que o navio foi construído no século XIX a.C. ou XIII a.C., tendo sido descoberto a 90 km da costa norte de Israel;
  • Tendo, portanto, mais de três mil anos, o naufrágio é de época na qual o comércio marítimo prosperava, reforça o UOL.

O navio parece ter afundado em perigo, seja por causa de uma tempestade ou por causa de um ataque de piratas, fenômeno bem conhecido no final da Idade do Bronze.

Jacob Sharvit, chefe da unidade marítima da Autoridade de Antiguidades israelense, em comunicado

Empresa Energean foi a responsável pelo achado (Imagem: Israel Antiquities Authority)

Segundo Karnit Bahartan, gerente ambiental da Energean, a empresa encontrou vários jarros enquanto vasculhava o fundo do mar.

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“Quando enviamos a eles [à autoridade de antiguidades] as imagens, a descoberta foi sensacional, muito além do que poderíamos ter imaginado”, informou.

Por sua vez, Sharvit indicou que a localização do naufrágio aponta que antigos marinheiros conseguiam navegar pelo mar sem ver a costa, possivelmente com ajuda da posição das estrelas e do Sol.

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Sharvit ainda frisou: “Essa é uma descoberta histórica de proporções globais.” A autoridade indicou ainda que alguns dos objetos descobertos no navio serão, em breve, apresentados ao público.

Naufrágio canadense

E não paramos por aí! Na quarta-feira (19), um grupo de pesquisadores canadenses comunicou a descoberta dos destroços do navio do famoso explorador britânico Ernest Shackleton, no qual ele morreu, enquanto se dirigia à Antártica.

Os restos da embarcação estão na casta de Newfoundland e Labrador (Canadá) e encontra-se a 390 metros de profundidade. O Quest, como era chamado, é “um navio muito importante do ponto de vista histórico”, explicou John Geiger, diretor-geral da Royal Canadian Geographical Society, responsável pela expedição que encontrou o naufrágio.

Quem foi Ernest Shackleton

Ernest Shackleton entrou para a história por ter participado de grande jornada, ao lado de 27 colegas, em uma canoa, após seu navio, o Endurance, ter afundado na Antártica, em 1915.

Ernest Shackleton (Imagem: Domínio Público)

Após meses sobrevivendo em um bloco de gelo e, depois, em uma ilha gelada antártica, eles foram salvos graças a Shackleton, que partiu na canoa para buscar ajuda.

Geiger afirmou, em coletiva de imprensa, que a descoberta do Quest marca “um dos últimos capítulos da extraordinária história de Sir Ernest Shackleton”, acrescentando ainda que o barco a vela e a vapor foi encontrando no último domingo (16) graças a um sonar.

Os destroços são consistentes com o que sabemos sobre o naufrágio e estão no lugar certo, onde não há outros destroços desse tipo. Portanto, podemos dizer, com confiança, que este é o Quest.

David Mearns, caçador de destroços e membro da expedição

A equipe explicou que as imagens de sonar mostraram que o navio parece estar praticamente intacto e apoiado verticalmente em sua quilha. Um de seus dois mastros estava quebrado e no fundo do mar.

Shackleton morreu a bordo do Quest de ataque cardíaco, com 47 anos. O navio estava ancorado na ilha da Geórgia do Sul, localizada no Atlântico Sul. Estavam indo para sua quarta expedição.

O Quest também participou de outras expedições, em resgates no Ártico e pela Marinha do Canadá na Segunda Guerra Mundial. Ele afundou em Newfoundland, em 1962, após danos causados pelo gelo. Todos os membros da tripulação sobreviveram.