Apesar de ser uma região inóspita, os Alpes suíços sempre foram um ponto de passagem para civilizações antigas. E alguns pertences perdidos ou abandonados no passado agora estão surgindo à medida que as geleiras estão derretendo, um efeito das mudanças climáticas.

Materiais precisam ser recuperados antes que se decomponham

  • Foram tantas descobertas nos últimos anos que o Museu de História de Valais chegou a criar um espaço para os achados glaciais.
  • Mas os pesquisadores têm um grande desafio pela frente.
  • Isso porque os materiais são encontrados em pontos onde não há mais nada ao redor que possa oferecer pistas sobre o passado delas.
  • Segundo eles, não há um contexto arqueológico para ser analisado.
  • Outra dificuldade é a degradação.
  • Muitos objetos ficam vulneráveis quando o gelo ao seu redor derrete.
  • Por isso, foi criado um aplicativo para que caminhantes ou montanhistas relatem as descobertas.
  • Mais de 30 ocorrências já foram descritas no IceWatcher.
Cientistas conseguiram modelar a cobertura de gelo nos Alpes nos últimos 115 mil anos
Cobertura de gelo protegia os materiais da degradação (Imagem: BBA Photography/Shutterstock)

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Alguns dos artefatos antigos localizados no local

Uma das descobertas feitas após o gelo desaparecer nos Alpes foi uma estátua de madeira. Segundo arqueólogos, o material data do século I ou II a.C., durante a Idade do Ferro.

Também foram encontradas diversas varas ou bastões feitos de madeira. Algumas são da época dos romanos. A antiga civilização usava os celtas como guias para atravessar as geleiras.

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Outra descoberta está relacionada a uma série de pertences de um homem do século XVII. O homem foi descrito como um viajante rico, possivelmente um comerciante. Duas mulas cujos restos mortais foram encontrados nas proximidades poderiam estar carregando suas mercadorias: moedas do norte da Itália e armas da atual Alemanha.

Pertences de um comerciante do século XVII foram encontrados nos Alpes (Imagem: Museu Histórico de Valais)

Alguns artefatos podem carregar doenças há muito extintas, como a Peste Negra. Por isso, os arqueólogos precisam ter cuidado e lavar as mãos depois de manusear os objetos.

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Pesquisadores já encontraram vírus ativos congelados em geleiras tibetanas e no permafrost do Ártico, com dezenas de milhares de anos. Esses organismos eram pré-históricos e adequados para plantas ou amebas, mas também há patógenos mais recentes, adaptados ao homem, como peste ou varíola, que poderiam ser facilmente preservados no gelo. As informações são do ScienceAlert.