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Um carpete branco, que remete a algo puro. Felpudo, que traz uma sensação de conforto. Com cheiro de novo, que caracteriza algo asséptico. É assim o primeiro passo dentro do auditório do Zeitgeist’15. Some-se a isso paredes brancas levemente ovaladas. E um excelente projeto de iluminação. Pronto, agora Eric Schmidt, executive-chairman do Google, sobe ao palco. Vai começar.

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“Nós precisamos de gente que sonhe em polir as estrelas.” Poderia ter acabado ali. A frase já resume o que o mundo espera da gente. Mas era só o começo. Em dois dias, um grupo de pensadores e líderes de áreas tão diversas, como a música e a energia atômica, compartilharam histórias e lançaram questionamentos sobre onde estamos e para onde vamos, na 10ª edição do evento promovido pela empresa que mudou a nossa forma de ver o mundo: o Google. 

Esses “criadores do hoje e visionários de amanhã” reunidos no Zeitgeist tinham como missão apontar caminhos para o próximo grande salto da humanidade. O incrível é que, durante o encontro, as estrelas não foram as novas formas de usar a internet ou os aparatos tecnológicos. Mas sim palavras tão antigas, como solidariedade e cooperação, que se misturaram naturalmente à inovação e tecnologia, revelando que o amanhã robótico e frio previsto em filmes de ficção científica não passou de um delírio.

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São os valores humanos, a capacidade de superação, a necessidade de aprender e o olhar para o próximo os principais ativos de qualquer profissional, empresa ou instituição – e a sua garantia de um lugar no futuro.

Agir em nome desses princípios é preciso. E já. “A história não é escrita por aqueles que ficam sentados batendo palmas, mas por aqueles que pulam no ringue sem se importar se vão perder ou ganhar”, lembrou Kailash Satyarthi, prêmio Nobel da Paz em 2014.

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E exemplos de quem se jogou com tudo no ringue não faltaram durante o Zeitgeist. O advogado Bryan Stevenson, fundador da Equal Justice Initiative, por exemplo, abraçou a causa de defender os pobres das injustiças sociais e revelou como acreditar que é possível mudar o mundo tem tudo a ver com inovação. “Em tecnologia, você só se sai bem quando acredita em coisas que nunca viu. Isso é ter esperança, é o que faz você levantar quando os outros dizem para ficar sentado.” E Bryan foi além: “Não é possível inovar sem se colocar em situações desconfortáveis, temos de correr riscos“, reforçou.

Riscos que podem significar, literalmente, saltar da estratosfera, quebrando a barreira do som e o recorde mundial de queda livre, como fez Alan Eustace, ex-VP do Google. A proeza mostra que podemos sempre nos superar e remete a uma frase de outro palestrante do evento, o produtor musical Kanye West: “Sonhos são mais importantes do que dinheiro”.

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Entre tantas lições profissionais e de vida, de gente absolutamente fascinante e inspiradora, fecho este texto com as mensagens de foco, perseverança e humildade deixadas por Butch Harmon, instrutor de golfe que treinou nomes como o mito Tiger Woods:

– “Entre os melhores jogadores do mundo, a grande diferença está na cabeça, é uma questão basicamente de confiança. Quanto mais você treina, melhor você fica. E quanto melhor você fica, mais você quer aprender. O que você aprende depois que acha que sabe tudo é provavelmente o que você aprende de mais importante na vida”.

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