Os recentes ataques do grupo fundamentalista Estado Islâmico à cidade de Paris, na França, motivaram o coletivo de hackers Anonymous a lançar uma “declaração de guerra” contra os terroristas na internet. Contudo, as ações desses ativistas digitais começaram há muito mais tempo.

Foi em junho de 2014 que o grupo lançou a chamada “Operation Ice ISIS” – ou “Operação Congelamento do Estado Islâmico”, em tradução livre. Identificada com a hashtag #OpIceISIS no Twitter, a iniciativa tinha como alvos os países que financiam a luta armada dos terroristas.

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Na época, o Estado Islâmico começava a ganhar a atenção do mundo enquanto expandia sua influência no Oriente Médio, controlando grandes porções do território do Iraque. “O povo iraquiano tem passado por semanas de terror que muitos de nós nunca irão conhecer ou experimentar. Eles [terroristas] precisam ser detidos”, dizia o vídeo que o Anonymous publicou na época.

O objetivo do #OpIceISIS era derrubar sites e páginas de órgãos do governo de ao menos três países que, segundo investigações internacionais, poderiam estar financiando o Estado Islâmico na aquisição de armas, proteção e outros recursos. São eles Qatar, Turquia e Arábia Saudita.

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Em janeiro deste ano, a operação ganhou uma nova hashtag: #OpCharlieHebdo. A mudança foi uma resposta ao ataque sofrido pela redação da revista satírica Charlie Hebdo, também na França, que deixou 12 mortos. O alvo do Anonymous passou a ser a política de comunicação do grupo terrorista.

Afinal de contas, as redes sociais são uma importante ferramenta para o Estado Islâmico, que usa vídeos, posts, mensagens e campanhas na internet para atrair e recrutar jovens soldados ao seu projeto de “califado”. Por isso, o Anonymous se concentrou em localizar, denunciar e derrubar perfis favoráveis ao grupo terrorista na web.

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À princípio, o grupo divulgou uma relação de 36 contas no Twitter que defendiam os ataques à Charlie Hebdo, convidando os usuários da rede social a denunciá-las. Em seguida, o Anonymous assumiu a responsabilidade pela suspensão de 200 perfis do microblog que demonstraram apoio aos extremistas.

A declaração de guerra desta semana nada mais é do que uma evolução natural desses ataques que começaram há mais de um ano na web. Para entender como o Anonymous pode prejudicar a estratégia de expansão do Estado Islâmico, clique aqui e confira nossa reportagem sobre o tema.

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* Com contribuição da leitora Ana Polessa