Mesmo com a recusa da Apple de desbloquear o iPhone de um dos terroristas envolvidos em um massacre em San Bernardino, nos Estados Unidos, o Departamento de Justiça do país segue buscando maneiras para forçar a companhia a extrair os dados de uma dúzia de dispositivos. De acordo com especialistas, os outros casos não envolvem acusações de terrorismo, o que inviabiliza a utilização da “Lei de todos os mandados”, criada no século 18, que obriga a empresa a colaborar.

Para os defensores da privacidade, essa é a prova de que o governo pretende ir além do caso de San Bernardino, ao contrário do que disseram.

A Apple explica que ajudar o FBI da maneira como o departamento quer poderia colocar em perigo a privacidade de seus clientes . “Forçar a Apple a extrair dados, neste caso, na ausência de autoridade legal clara para fazê-lo, poderia ameaçar a confiança entre a Apple e seus clientes ”, explica a companhia em um dos processos.

Na semana passada, o FBI afirmou que não tenta criar um precedente no caso, e sim que deseja abrir um único telefone que pode conter evidências cruciais para explicar o ataque terrorista. “A prática é adaptada e limitada a este telefone particular. A ordem irá facilitar o trabalho do FBI e não ameaçará outros usuários da Apple”, declara o órgão.

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“O governo sugere que esta ferramenta só pode ser usada uma vez, por um telefone. Mas isso simplesmente não é verdade. Uma vez criada, a técnica poderia ser usada uma e outra vez, em qualquer número de dispositivos … O governo está pedindo à Apple para minar décadas de avanços de segurança”, afirmou Tim Cook, CEO da companhia, em uma carta aos clientes.

Via WSJ