Durante os períodos que antecedem eleições, os candidatos muitas vezes usam dados imprecisos durante suas campanhas ou debates para se favorecer diante de seus oponentes. A internet pode ajudar imensamente a verificar quais desses dados são verdade e quais não são, e foi pensando nisso que o Google lançou ontem um recurso de verificação de dados para a sua sessão de notícias.

Segundo Richard Gingas, o diretor de notícias do Google, o buscador passará a marcar notícias e artigos de apuração de informações em seus resultados. Páginas dedicadas a conferir a veracidade de informações ditas em tempo real – por exemplo, por candidatos durante um debate eleitoral – serão marcadas com o rótulo “Fact Check” nos seus resultados de busca.

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Conforme o Lifehacker aponta, isso não significa que o Google em si está verificando as informações; apenas que o algoritmo do buscador identificou que aquela página está fazendo uma verificação precisa. Para fazer isso, o algoritmo usa um processo bem estabelecido chamado de Claim Review.

Esse processo tem duas partes, segundo o The Next Web: primeiramente, ele procura por marcadores do próprio site (colocados pelos autores) que indiquem que aquele artigo oferece verificação de informações. Em seguida, ele usa uma série de critérios para avaliar a qualidade de informações apresentadas. Isso permite que o buscador de notícias do Google relacione as notícias de apuração a eventos ao vivo.

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Eleições

O Google não associou diretamente o lançamento de sua nova ferramenta à proximidade das eleições dos Estados Unidos. No entanto, conforme o The Verge aponta, ela chega em meio a uma corrida presidencial estadunidense marcada por desinformação e mentiras, mais descaradamente por parte do candidato republicano Donald Trump.

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Trata-se, portanto, de uma medida importante. No entanto, o Guardian ressalta como problemático o fato de que o Facebook não tenha adotado uma medida semelhante. Uma pesquisa do Pew Center com público dos EUA mostrou que a rede social é a principal fonte de informação para pessoas com idade entre 18 e 24 anos. Mesmo assim, seu algoritmo continua a promover notícias falsas entre as suas “Tendências”.

Por enquanto, esse recurso só está disponível para os domínios news.google.com e para os aplicativos Google News dos EUA e do Reino Unido. No entanto, é provável que ele chegue ao Brasil até as eleições de 2018.