Na semana passada, entrou no ar um aplicativo que dá certo poder de polícia a cidadãos comuns. Só que o batizado Vigilante foi tirado da App Store apenas dois dias após a sua estreia e, embora não costume discutir casos individualmente, a Apple justifica ter tomado a iniciativa devido a preocupações relacionadas ao serviço.

O Vigilante faz um cruzamento de informações para descobrir em tempo real quando e onde estão acontecendo crimes —basicamente, sempre que alguém liga para o 911 o app fica sabendo. A ocorrência, então, é repassada em forma de notificação aos usuários que estiverem por perto, e é aí que surgem os principais problemas.

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Quem recebe a notificação tem duas escolhas: sair de perto ou se aproximar ainda mais da cena do crime. Os que optarem pela segunda opção podem filmar a ocorrência em tempo real em nome da “transparência”, o que, segundo crê a empresa por trás do app, deve ajudar a diminuir a incidência de crimes, uma vez que cada usuário se torna um… vigilante.

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Acontece que quando as pessoas são estimuladas a participar ativamente de uma ocorrência, elas se tornam automaticamente parte do problema, podendo agravar a situação ou até mesmo se colocar em perigo.

Sem contar que os usuários também ganham poderes de julgamento e se perde a presunção de inocência; caso um deles esteja armado, por exemplo, o suposto criminoso pode acabar ferido ou morto sem que a história do crime seja esclarecida — e é justamente para evitar maus entendidos que existe o processo judicial.

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A empresa não parece se importar com essas preocupações e garante que está trabalhando de perto com a Apple para voltar à ativa. Disponível por ora apenas em Nova York, nos Estados Unidos, o Vigilante promete chegar em breve à Google Play, também.

Com: The Guardian e VentureBeat