A estudante brasileira Nadia Ayad foi a vencedora de um desafio mundial da empresa sueca Sandvik Comorant sobre pesquisas de grafeno. O projeto vencedor de Ayad tratava do uso da substância – uma estrutura de carbono – em dispositivos de filtragem e sistemas de dessalinização de água, para ajudar a garantir o acesso a água potável no futuro.

Um juri composto por dois pesquisadores da área e dois executivos da empresa avaliou os dez projetos finalistas e deu o prêmio à brasileira. Ayad conseguiu vencer o desafio mesmo sendo ainda estudante de graduação em engenharia de materiais no IME (Instituto Militar de Engenharia). 

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Histórico

Filha de pais de origem sudanesa, Ayad conseguiu uma bolsa pelo programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal, para estudar na Universidade de Manchester. A estudante ficou lá durante um ano, segundo o Estudar Fora, e estagiou no Imperial College London. Lá, ajudou a desenvolver um polímero capaz de substituir válvulas do coração. “Eles tem muitos recursos e muitas facilidades para fazer acontecer”, disse em entrevista ao site.

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De volta ao Brasil, Ayad pretende concluir a graduação e já ingressar diretamente em um programa de Ph.D. de uma universidade estrangeira, sem passar pelo mestrado. Ela se candidatou em instituições como o MIT e a Universidade de Cambridge. Na pós-graduação, ela pretende estudar o uso de biomateriais para induzir células-tronco a formar estruturas como a das cartilagens.

Ciência no Brasil

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Para a estudante, embora as instituições estrangeiras ofereçam mais oportunidades, o Brasil ainda tem diferenciais importantes. “A experiência no exterior mostra que dá para aprender com o que se faz lá fora e, ao mesmo tempo, entender o que fazemos de bom aqui”, diz. 

Como uma de suas metas, Ayad pretende dar mais relevância aos objetos de seu estudo no Brasil, onde as pesquisas com grafeno e nanotecnologia ainda não estão tão desenvolvidas quanto no exterior. “Quero que, no futuro, as pessoas não precisem ir para fora para ter acesso a pesquisa de ponta”.