A “revolução” dos aplicativos de transporte fez com que mais pessoas tivessem acesso a formas diferentes de se locomover pelas cidades. Depois do Uber, Cabify e apps de táxi como o 99 e o Easy Taxi, chega um novo competidor ao mercado: o Chofer RJ.

Por enquanto, o app só funciona no estado do Rio de Janeiro e tem como princípio o mesmo sistema dos rivais: você abre o aplicativo, seleciona onde você quer ser buscado e aonde quer chegar, paga por cartão e espera seu carro aparecer.

A ideia surgiu das conversas entre o ex-taxista Ricardo Nascimento e o empresário e programador Victor Hugo Motta. Em entrevista ao Olhar Digital, Ricardo conta que, além de taxista, já foi motorista parceiro da Uber e também motorista executivo – contratado por clientes fixos específicos. Foi assim que conheceu Victor e juntos tiveram a ideia.

“O Victor viajou no meu carro, a gente conversou bastante, o serviço que eu prestei agradou e ele começou a me chamar para fazer transporte executivo. Começamos a nos aproximar, a trocar ideia, eu com minha visão de motorista, com todos os reclames da nossa categoria, e o Victor com a visão de passageiro. Daí a ideia foi surgindo e fomos costurando os pontos de vista”, conta o ex-taxista.

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Já Victor conta que usa apps de transporte há muito tempo e que já trabalhou, como programador, para uma cooperativa de táxi. “Nessas conversas com o Ricardo e com outros motoristas, surgiu a ideia de criar um app concorrente da Uber. Iniciamos as pesquisas, queríamos saber como estava o mercado, as suas deficiências, quais eram as necessidades dos motoristas e dos passageiros”, diz.

Assim nasceu o Chofer RJ. Segundo seus criadores, o principal diferencial do app tem a ver com a experiência do motorista. A empresa conta com canais de comunicação diretos com seus parceiros, incluindo uma equipe de 20 gestores que conversam regularmente com os motoristas para resolver problemas ou melhorar a experiência.

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Além disso, do dinheiro pago pelos passageiros em cada corrida, a empresa fica com 15% apenas do que for pago por cartão. Quem pagar com dinheiro vivo, todo o valor fica para o motorista. Apps como a Uber ficam com 25% do valor total independentemente da forma de pagamento. Com todas essas promessas, e com apenas 10 dias de atividade, o Chofer RJ já tem cerca de 500 motoristas cadastrados.

Mas como a empresa conseguiu tantos parceiros em tão pouco tempo? Segundo Ricardo, o segredo é o WhatsApp. “Eu já tinha contatos com colegas motoristas, estava em vários grupos de Uber e táxi. Começamos a criar grupos no WhatsApp para divulgar o Chofer e começamos a adicionar as pessoas que tinham o perfil.”

Ainda de acordo com o ex-taxista, esses grupos no WhatsApp passaram a contar com moderadores, que se tornaram gestores de 250 motoristas cada. São esses moderadores que convidam novos motoristas para a plataforma e lidam com seus problemas. A estratégia de crescimento é mesmo a do popular “boca a boca”.

Para se tornar parceiro da Chofer RJ, porém, é preciso respeitar alguns critérios: o carro deve ser, no mínimo, de 2008 ou mais novo; ter ar condicionado e estar em bom estado de conservação. A empresa garante que faz vistorias periódicas para saber se os carros operando na plataforma permanecem respeitando os critérios estabelecidos.

Além disso, o app não cobra taxa de cancelamento – valor que a Uber, por exemplo, cobra do passageiro quando este cancela uma corrida alguns minutos após pedir um carro. O Chofer RJ também não tem tarifa dinâmica, o que significa que os preços não mudam de acordo com a disponibilidade de carros e a demanda, como outros apps de transporte fazem.

Por enquanto o app está disponível apenas para Android (clique aqui para baixar pelo Google Play), mas chegará ao iPhone entre o fim de fevereiro e início de março. O plano de Ricardo e Victor é lançar o Chofer RJ também em São Paulo ainda este ano, enquanto avaliam a expansão para outras capitais, como Belo Horizonte e Curitiba.