Vídeos em câmera lenta normalmente são gravados em 120 ou 240 quadros por segundo. Isso permite desacelerar o vídeo em quatro ou oito vezes (respectivamente) e manter uma taxa de 30 quadros por segundo. No entanto, a Sony anunciou hoje um novo sensor para câmeras de smartphone que consegue gravar até mil quadros por segundo. 

Para fazer isso, o novo sensor da empresa usa três camadas, em vez das duas, como ocorre em sensores tradicionais. Normalmente, a camada na qual os pixels ficam é acomplada à de circuitos de processamento da imagem. Esse novo sensor, no entanto, tem uma camada de DRAM (RAM dinâmica) entre os pixels e o circuito.

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Isso permite que a informação dos pixels fique temporariamente armazenada antes de ser processada pelos sensores, o que permite que mais dados sejam processados em menos tempo. O resultado disso é que o sensor consegue gerar vídeos de muitos quadros por segundo, permitindo, por exemplo, ver as distorções de uma bola ao ser atingida por um taco. O vídeo abaixo mostra exemplos do que o sensor é capaz:

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Pensando rápido

Os vídeos gravados nessa taxa de quadros podem ter resolução máxima de 1.920 por 1.080 pixels, ou Full HD. Isso significa que cada um dos quadros capturados pelo sensor tem 19,2 milhões de pixels de informação. Numa taxa de 1.000 quadros por segundo, são 19,2 bilhões de pixels processados por segundo pelo sensor.

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Mesmo que você não pretenda gravar vídeos nessa taxa de quadros, porém, esse sensor também pode ser interessante. Isso porque, graças à velocidade com que consegue capturar as imagens, ele pode ser usado para tirar fotos de maneira extremamente rápida. Isso é particularmente útil para fotografar objetos que se movem muito rapidamente. Em casos como esse, se o sensor não for suficientemente rápido, a imagem pode ficar borrada.

Também pode acontecer, nesses casos, de a imagem ficar distorcida. Como a imagem é lida pelos sensores de cima para baixo, linhas que são retas podem acabar saindo tortas na foto, caso elas estejam se mexendo muito rápido. O novo sensor evita esse tipo de problema, e a diferença que isso faz pode ser vista abaixo:

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Reprodução

Segundo a Sony, um smartphone poderia ser programado para detectar situações em que esse recurso de captura rápida seria útil e ativá-lo automaticamente. Ainda de acordo com a empresa, o design desse novo sensor (com uma camada de memória entre os pixels e o circuito) permite diminuir a distorção e o “ruído” de imagens tiradas com ISO muito alto em situações de pouca luz. Isso porque a memória conseguiria detectar e corrigir algumas dessas distorções e enviar ao circuito uma imagem mais “limpa”.

Como ele foi anunciado hoje, ainda deve levar pelo menos alguns meses até que esse novo sensor chegue às câmeras de smartphone, segundo o Engadget. É possível, porém, que ele venha a aparecer em iPhones e Zenfones no futuro, já que tanto a Apple quanto a Asus usam sensores produzidos pela Sony.