Jay Y. Lee, atual “cabeça” da coreana Samsung, pode ter se livrado de ir parar na cadeia (por enquanto), mas segue na mira da Justiça da Coreia do Sul. O executivo foi convocado a prestar depoimento novamente em um caso que apura indícios de corrupção no governo.

Lee já chegou a prestar depoimento por quase 22 horas em janeiro, quando a promotoria pedia sua prisão. O executivo foi liberado, mas terá de comparecer novamente diante de juízes para explicar a acusação de que teria subornado a ex-presidente da Coreia, Park Geun-hye.

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O interrogatório de Lee deve ser realizado nesta segunda-feira, 13, junto ao de outros dois executivos da Samsung. A promotoria diz que pode até entrar com um novo pedido de prisão contra Lee após o depoimento desta segunda.

Jay é vice-chairman da Samsung. Seu pai, Lee Kun-hee, é o chairman da companhia, mas, como está incapacitado devido a um ataque do coração sofrido em 2014, ele teve os poderes transferidos para o filho.

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A história até aqui

A promotoria pediu a prisão de Lee sob a acusação de que o executivo teria subornado a ex-presidente coreana Park Geun-hye para receber apoio governamental em um plano de unir duas afiliadas da Samsung em 2015. Lee teria instruído subsidiárias da Samsung a fazerem doações multimilionárias à família de Choi Soon-sil, que é confidente da ex-presidente, e a duas fundações controladas pela mesma Choi.

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Investigadores afirmam que Park Geun-hye, quando ainda estava no governo, e Choi Soon-sil conspiraram para obter milhões não só da Samsung, mas de várias outras companhias locais, grande parte delas controladas por famílias poderosas no país. Em novembro, promotores indiciaram Choi por ter coagido 53 grandes negócios a doarem o equivalente a US$ 69 milhões a duas fundações em seu nome.

A Samsung foi quem deu a maior contribuição: além de doar um total de US$ 17 milhões às fundações, a empresa ainda assinou um contrato de US$ 18 milhões com uma companhia de gerenciamento esportivo alemã que era controlada por Choi. A Samsung também repassou US$ 1,3 milhão a um programa de esportes de inverno tocado por Choi e seus netos.

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No mês passado, Jay Y. Lee afirmou, em depoimento, que não estava envolvido nas decisões que culminaram em tais doações. O vice-chairman também argumentou que os repasses eram involuntários, indicando que a Samsung não seria participante do esquema de suborno, e sim vítima de extorsão. A promotoria, entretanto, diz não estar convencida.

Via Reuters