Juicero é uma startup baseada em São Francisco que produz uma máquina de mesmo nome vendida por US$ 400 (mais de R$ 1.200 em conversão direta). Trata-se de um espremedor de frutas de luxo que, além de produzir suco, também tem conexão com a internet.

A empresa anunciou nesta sexta-feira, 21, que vai reembolsar todos os compradores da Juicero que quiserem devolver a máquina. Isso porque uma reportagem da Bloomberg revelou nesta semana que o espremedor, na verdade, quase não tem qualquer utilidade.

A máquina faz sucos a partir de pacotes de frutas e vegetais picados. Somente a empresa vende esses pacotes, e eles só podem ser vendidos para quem comprou o espremedor de US$ 400. A fabricante diz que apenas a máquina consegue espremer o conteúdo desses pacotes com a força necessária para produzir o suco – daí a suposta vantagem de comprá-la.

Mas um experimento da Bloomberg provou que não é bem assim. Os pacotes de frutas e vegetais podem ser pressionados com as mãos, e produzem o suco do mesmo jeito, mesmo sem a ajuda do espremedor de luxo.

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Nas redes sociais, a Juicero foi alvo de uma série de críticas após a revelação de que a máquina é quase inútil. Jeff Dunn, presidente da empresa, resolveu se manifestar nesta sexta, publicando uma carta aberta na plataforma de blogs Medium.

“O valor da Juicero é maior do que um copo de suco. Muito maior”, disse o CEO. Ele cita ainda como exemplo das vantagens da máquina o fato de que ela pode se conectar à internet para saber quando um pacote de frutas está vencido (mas não diz que a data de validade já vem impressa na embalagem, tornando inútil mais essa função).

Dunn ainda publicou um vídeo mostrando o que há dentro de um pacote de frutas, para “provar” que o trabalho da empresa não é tão fácil. Por fim, o CEO se comprometeu a reembolsar todos os consumidores que quiserem devolver a máquina. A promessa vale até mesmo para quem comprou o espremedor no lançamento, há um ano, quando ele custava US$ 700 (mais de R$ 2.200).