Se você acompanha a evolução do mercado de smartphones, certamente já ouviu falar no termo “obsolescência programada”. Trata-se de uma espécie de data de validade que os celulares têm até que percam funções ou estejam em descompasso com o avanço da tecnologia e precisem ser substituídos.

Normalmente, o ciclo de vida útil de um celular dura uns três anos. Mas com os novos smartphones que a Motorola anunciou nesta quinta-feira, 24, para o Brasil, outros dois aparelhos, lançados há apenas cinco meses, já se tornaram obsoletos. É o ciclo de vida útil mais curto que produtos da marca Motorola já tiveram por aqui.

Explico: hoje a empresa lançou o Moto G5S e o Moto G5S Plus. A letra “S” se referece à “special edition”, ou “edição especial” em bom português. Ou seja, os dois são, respectivamente, upgrades em relação ao Moto G5 e ao Moto G5 Plus, lançados no Brasil em março deste ano.

Em apenas cinco meses, a Motorola conseguiu tornar dois smartphones obsoletos ao lançar versões melhores deles e com praticamente o mesmo preço. O Moto G5 Plus, por exemplo, chegou por aqui custando R$ 1.499, enquanto o Moto G5S Plus, que tem especificações melhores, chegou agora pelo mesmo preço.

publicidade

Em outras palavras, não faz sentido comprar o Moto G5 Plus se, pelo mesmo preço, você pode comprar um outro celular da mesma marca e muito melhor. Essa superioridade pode ser vista não só nos números, mas principalmente com o aparelho em mãos, como o Olhar Digital teve a chance de fazer no evento de hoje.

O Moto G5S Plus tem uma tela maior, de 5,5 polegadas, e a mesma resolução Full HD. O novo modelo também tem mais memória RAM: 3 GB, contra 2 GB do modelo lançado no começo do ano. Por fim, a câmera do G5S Plus também se destaca, com dois sensores na traseira cheios de recursos de software.

Na mão, tanto o Moto G5S quanto o G5S Plus se encaixam melhor e passam uma sensação mais premium do que a “pegada” das versões anteriores. Isso porque o design dos novos aparelhos é o de uma estrutura única de metal, mais resistente e elegante do que as partes de alumínio sobressalentes do Moto G5 e G5 Plus.

É difícil falar em termos de responsividade e velocidade, já que tivemos pouco tempo de uso com os aparelhos no evento de hoje. Mas, em tese, ainda que os processadores sejam iguais às das versões anteriores, pelo menos o Moto G5S Plus tem chances de ser mais potente que o antecessor, já que tem 1 GB a mais de RAM.

O que pudemos testar, ainda que com restrições, foi o desempenho da câmera dupla no modelo maior. O G5S Plus vem com dois sensores de 13 MP, enquanto o G5 Plus tem apenas um de 12 MP. Com esse conjunto, o novo celular permite que o usuário faça algumas brincadeiras com a profundidade das fotos.

No modo “foco seletivo”, é possível deixar o plano de fundo de uma imagem borrado, enquanto o objeto em primeiro plano fica em destaque – ou vice-versa. Uma das duas câmeras também fotografa em tons de cinza, de modo que é possível deixar um dos planos da foto em preto e branco. Há até um falso “chroma key”, que permite ao usuário substituir um dos planos da foto por outra imagem do arquivo.

No nosso teste, deu para ver que o foco da câmera é bem rápido, assim como o ajuste de sensibilidade à luz. O que não funcionou muito bem foi o truque de profundidade. As bordas do objeto em primeiro plano costumam ficar borradas, mescladas ao plano de fundo. Além disso, o efeito de substituir um dos planos da imagem por outro frequentemente deixa a foto com buracos.

Os testes que fizemos com a câmera foram num ambiente controlado e limitado. Por isso, esses defeitos talvez não existam no dia a dia com o aparelho. De qualquer forma, é importante destacar que nenhum smartphone com duas câmeras do mundo consegue aplicar efeitos de profundidade nativamente de maneira perfeita. Nem mesmo os mais caros, como o iPhone 7 Plus.

Em breve receberemos o Moto G5S e o Moto G5S Plus para testes na redação do Olhar Digital, assim como o Moto Z2 Force. Com mais tempo e mais liberdade, poderemos experimentar a fundo tudo o que os celulares têm a oferecer. Mas se a primeira impressão é a que fica, o veredito parcial é de que as novas versões do Moto G são as únicas que deveriam existir.