Os livros digitais não pegaram no Brasil. É isso o que indica uma pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), que diz que, em 2016, os e-books representaram apenas 1,09% do faturamento total do setor editorial no Brasil.

De acordo com o estudo da FIPE, das 794 editoras brasileiras que fizeram parte da pesquisa, apenas 294 delas comercializam livros digitais. Ao todo, 49.662 títulos diferentes são disponibilizados em versão digital no país, sendo que 9.483 destes foram lançados durante o ano de 2016.

Em 2016 os brasileiros compraram 2.751.630 e-books, resultando em um faturamento de R$ 42.543.916,96 para o setor. O valor médio pago pelos livros digitais no país foi de R$ 12,52. O faturamento total do setor, incluindo a venda de livros físicos, foi de R$ 3.872.510.546,37.

O mercado editorial brasileiro foi dividido em quatro subsetores pela FIPE: livros didáticos, obras gerais, religiosos e CTP (ciência, técnicos e profissionais). Destes, o setor de obras gerais, que inclui romances, livros de ficção e literatura em geral, é o com mais penetração dos livros digitais: em 2016, eles representaram 2,68% do faturamento.

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Ou seja, mesmo no subsetor que os livros digitais são mais populares no Brasil, a representatividade deles no mercado nacional é insignificante.

O estudo engloba apenas a venda de e-books e não fala sobre e-readers como o Kindle no Brasil, muito menos sobre o impacto da pirataria de livros digitais no mercado nacional. Mas é um bom indício de como a tecnologia não foi capaz de fazer o brasileiro ler mais – ou, ao menos, comprar mais livros.