Não há como discutir que o detalhe que mais chama a atenção no iPhone X é sua tela, cobrindo praticamente toda a superfície frontal do celular, com uma diagonal de 5,8 polegadas e resolução de 2.436 x 1.125. No entanto, é interessante também entender o que isso significa para o futuro do iPhone em termos de usabilidade.

O botão Home se tornou em um sinônimo do iPhone. Um único botão que lida com várias funções do celular. Quer fechar um app? Clique uma vez. Desbloquear o celular? Clique. Siri? Clique e segure. Puxar a lista de aplicativos abertos? Clique duas vezes. Já deu para entender, né?

Se a tela ocupa toda a parte frontal do celular, isso significa que são necessárias algumas mudanças de usabilidade. O caminho mais natural seria seguir o exemplo do Android e virtualizar completamente o botão Home, que passaria a ser exibido diretamente na tela. Isso tem suas vantagens: o botão pode sair do caminho quando não for necessário e se adaptar de forma contextual ao conteúdo exibido.

Só que esse não foi o caminho que a Apple escolheu para o seu novo celular. A empresa optou por não ter botões virtuais, de forma que a usabilidade do celular ficou completamente diferente, sem qualquer botão clicável para navegar pelo sistema. No lugar, apenas gestos.

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Tudo gira em torno de como o usuário move o dedo sobre a tela. Se você estiver com um algum aplicativo aberto e deslizar o dedo de baixo para cima, será aberto o menu multitarefa; ao jogar a barra para o topo da tela, o app é fechado. Esse é só um dos exemplos de como a navegação do sistema muda sem o botão Home.

Outra coisa que muda drasticamente no iPhone X com a eliminação das bordas é o desbloqueio do aparelho. Com o fim do botão Home, a Apple teve que pensar em uma solução para o Touch ID, o sensor de impressão digital do iPhone. A empresa foi forçada a fazer uma aposta arriscada: remover o recurso.

A explicação que analistas dão é de que a empresa esperava conseguir aplicar o sensor sob a tela, o que é o Santo Graal da indústria de smartphones nos últimos tempos. No entanto, a Samsung, única fornecedora dos painéis OLED usados no iPhone X, não conseguiu adaptar sua tecnologia para este propósito a tempo do novo lançamento da Apple. O problema também foi visto no Galaxy S8 e no Note 8, que tiveram os sensores movidos para trás do aparelho, ao que tudo indica de modo apressado, uma vez que são bastante desconfortáveis de serem usados, já que ficam ao lado da câmera e frequentemente causam borrões na lente. A Apple não teve interesse ou tempo para fazer o mesmo, forçando a companhia a cancelar o recurso.

Desta forma, a empresa aposta no Face ID, o recurso de reconhecimento facial em 3D do iPhone X, que chega como substituto do leitor de impressão digital, bastando apenas que a câmera reconheça seu rosto para que a tela seja desbloqueada. Por ser capaz de analisar imagens em três dimensões, ele não é tão facilmente enganado por uma foto quanto ferramentas similares já vistas em aparelhos Android, como é o caso do Galaxy S8.