Em 1977, a Nasa lançou duas espaçonaves (as Voyagers 1 e 2) para viajar sem rumo pelo sistema solar e pelo espaço interestelar. Junto com cada uma, a Nasa mandou um disco dourado contendo saudações em diversas línguas, uma mensagem para qualquer outro povo que encontrar a gravação e algumas músicas do mundo. Agora, esse disco será reeditado e você poderá comprá-lo.

As gravadoras Ozma Records e Light in the Attic estão vendendo prensagens do “Voyager Golden Record” em CD e em vinil. As duas edições vêm também com um livro contendo as imagens que foram enviadas junto das naves. Essas imagens têm o objetivo de apresentar a história, a cultura e a ciência da humanidade a qualquer ser que as encontrem. O vídeo abaixo fala mais sobre o disco:

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No conjunto em vinil, são três discos transparentes na cor de ouro contendo a íntegra dos sons enviados ao espaço, junto com o livro e um código de download para os arquivos digitais de som. Ele custa US$ 98 (cerca de R$ 313). Há também o kit com dois CDs e o livro, que custa US$ 50 (R$ 160). Os dois estão em pré-venda e serão enviados aos compradores a partir do fim de janeiro de 2018.

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O último artefato da humanidade

Com curadoria do cosmólogo Carl Sagan e músicas de Bach, Chuck Berry e outros artistas, além de saudações em 55 línguas diferentes, o disco pode acabar sendo o último resquício da humanidade no universo. Ainda que nossa espécie entre em extinção, ele foi criado para manter sua utilidade dentro das naves Voyager por “bilhões de anos”, segundo a Nasa.

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O invólucro do disco contém mensagens visuais indicando como e onde o disco foi produzido, e como fazer para executá-lo. O disco original foi feito de cobre e revestido de ouro, para protegê-lo contra a radiação e as temperaturas extremas do espaço.

De acordo com o Washington Post, o disco foi feito para girar em 16,66 rotações por minuto, em vez das tradicionais 33,33 dos álbuns de vinil. Isso lhe dava uma qualidade de som menor, mas permitia que o disco inteiro contivesse cerca de 90 minutos de som, em vez dos 27 minutos que seriam possíveis com o maior número de rotações.

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Além da música

Músicas e vozes são apenas parte do que o disco contém. Os pesquisadores da Nasa também codificaram eletronicamente 115 imagens no disco, como fotografias de uma mãe com seu filho e de um astronauta no espaço. O disco também contém um ensaio fonográfico chamado “Sounds From The Earth” (“sons da Terra”), com 12 minutos de duração, composto de sons de ondas, risadas, pássaros, grilos, macacos, trovões, chuva, passos, o choro de um bebê e o ruído de um beijo.

Timothy Ferris, que esteve envolvido na produção do disco, explicou ao New Yorker que a música foi incluída especialmente para o caso de que os seres que encontrassem o álbum não tivessem audição, como nós a entendemos. “Mesmo eles poderíam aprender com a nossa música aplicando matemática, que parece ser a língua universal que às vezes se diz que a música é”.

“Imagine o disco sendo estudado por seres que não têm o que chamamos de audição, ou cuja audição operasse em outra frequência, ou que não tivessem nenhuma tradição musical”, disse. Nesse caso, Ferris acredita que “eles procurariam por simetrias – repetições, inversões, imagens espelhadas e outras auto-semelhanças – dentro das composições ou entre elas”, concluiu Ferris.

Em 2012, a Voyager 1 tornou-se a primeira sonda a sair do nosso sistema solar, e está atualmente a cerca de 21 bilhões de quilômetros da Terra, segundo o Engadget. A Voyager 2 ainda está no nosso sistema, mas deve sair eventualmente. Dificilmente saberemos se ele algum dia for encontrado.