O escritório de pesquisa naval (ONR) dos EUA anunciou ontem que conseguiu usar um helicóptero autônomo para enviar suprimentos a suas tropas. O helicóptero em questão recebeu o nome de AACUS, sigla que significa “Autonomous Aerial Cargo/Utility System” (algo como “sistema aéreo autônomo de carga/utilidade”).

Segundo o órgão de pesquisa, o sistema vai além de ser um helicóptero que voa sozinho. Trata-se de um conjunto de equipamentos e softwares que pode ser equipado em qualquer aeronave de asa rotativa para que ela tenha capacidades autônomoas. O sistema também pode ser usado com facilidade pelos soldados: durante uma demonstração realizada ontem na cidade de Quantico, um soldado sem experiência com a tecnologia conseguiu utilizá-la com apenas 15 minutos de instrução.

Além de permitir que o helicóptero voe sozinho, o sistema também lhe dá capacidades de auto-orientação. Com base no local para onde o helicóptero é chamado e sua posição inicial, ele consegue automaticamente traçar a melhor rota, escolher o melhor local de pouso e retornar para a base sem a necessidade de qualquer intervenção humana.

Falcão negro autônomo

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De acordo com a ONR, a necessidade desse tipo de tecnologia se revelou durante os ataques da marinha estadunidense ao Iraque e ao Afeganistão. Durante essas invasões, os helicópteros de carga e reabastecimento frequentemente precisavam pousar enquanto eram atacados, ou eram colocados em risco por causa de bombas ou outras armadilhas.

Com a tecnologia autônoma, o envio de suprimentos como munição e equipamentos às tropas na linha de frente pode ser feito sem colocar pilotos em risco. Além disso, a solicitação de suprimentos pelas tropas pode ser feita de maneira simples e automatizada por meio de um tablet: usando um aplicativo, elas indicam de quais equipamentos precisam, chamam um helicóptero, visualizam seu local de pouso e aguardam sua chegada.

Essa tecnologia, de acordo com o Engadget, foi desenvolvida para a marinha estadunidense pela empresa Aurora Flight Sciences. Essa empresa foi comprada pela Boeing em outubro deste ano. A marinha agora realizará testes com a tecnologia e, então, decidirá se vai comprá-la da empresa.