Reconhecimento facial, scanners de impressões digitais e de retinas são métodos já conhecidos usados por sistemas de vigilância para rastrear e monitorar pessoas. Um novo software de inteligência artificial acrescenta mais um método à lista.

Trata-se do SfootBD, uma rede neural criada por pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, e da Universidade Autónoma de Madrid, na Espanha. O programa é capaz de identificar pessoas pelo seu “jeito de andar”.

“Cada ser humano tem aproximadamente 24 fatores e movimentos diferentes enquanto caminha, o que significa que cada indivíduo tem um único padrão de caminhar”, explicou Omar Costilla Reyes ao site norte-americano Gizmodo.

O que o SfootBD faz é identificar esses padrões únicos de movimentos e os rastreia, de modo que o sistema seja capaz de reconhecer uma pessoa apenas observando seu jeito de andar. Não é o primeiro a fazer isso, mas tudo leva a crer que é o mais preciso até hoje.

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No período de testes, os cientistas alimentaram o software com 20 mil gestos (chamados de “sinais”) extraídos de 120 pessoas diferentes. A partir daí, o software começou a identificar padrões, como distribuição de peso, velocidade e ritmo dos passos.

Cada indivíduo teve que registrar suas caminhadas sobre almofadas de chão equipadas com sensores. Em seguida, os dados coletados e gerados pelo SfootBD foram testados em três cenários: uma residência, um escritório e um aeroporto.

O programa conseguiu reconhecer indivíduos pelo jeito de andar com com margem de erro de apenas 0,7%, mas acertou a pessoa identificada em 100% dos casos. Nem mesmo pessoas imitando o jeito de andar de outros indivíduos conseguiram enganar a máquina.

Mas como destaca o Gizmodo, o sistema tem suas limitações. Ele só funciona com as almofadas de chão equipadas com sensores e comparando os dados com imagens de câmeras de alta definição. Ou seja, o SfootBD não é exatamente barato e nem poderá ser usado em qualquer lugar.

Além disso, o SfootBD só reconhece pessoas que foram catalogadas anteriormente, de modo que, para ser eficiente, precisa ter um grande banco de dados. O programa só seria capaz de te identificar numa fila de embarque se você já tivesse cadastrado seu jeito de andar naquele aeroporto, por exemplo.

De todo modo, os cientistas por trás do projeto acreditam que a tecnologia é promissora e ainda pode evoluir.