O iPhone XS e o iPhone XS Max foram oficialmente lançados nos Estados Unidos e em outros países na última sexta-feira, 21. Junto com o iPhone XR, que chegará em outubro, os aparelhos deverão figurar na lista de compra de muitos brasileiros que estão pensando em passar as festas de fim de ano no exterior. No entanto, será que vale a pena importar os novos telefones da Apple?

Para te ajudar a resolver essa dúvida, o Olhar Digital preparou uma análise com os principais fatores que devem ser levados em conta antes de comprar os iPhones lá fora. Afinal, além do fator preço e da cotação da moeda estrangeira, o consumidor terá que se preocupar com problemas de compatibilidade com o 4G nacional. Confira:

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– Quanto custa um iPhone nos Estados Unidos?

A terra do Tio Sam era um dos principais destinos para quem buscava fugir dos altos preços praticados pela Apple no Brasil. No entanto, duas coisas prometem dificultar a vida dos consumidores que pretendem seguir este plano: a cotação do dólar e a incompatibilidade dos modelos norte-americano com o 4G brasileiro.

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Começando pelo dólar, a moeda norte-americana vive um momento de alta e instabilidade devido às incertezas do processo eleitoral brasileiro e os problemas com a economia. Na tarde desta terça-feira, 25, o dólar turismo estava cotado a R$ 4,31. Já no mesmo período de 2017, a moeda americana estava sendo vendida a R$ 3,29.

Com essa diferença cambial, para se ter uma ideia, um brasileiro terá que gastar R$ 1.018,98 a mais para comprar o iPhone XS do que gastaria para comprar o iPhone X no ano passado. Ambos os telefones chegaram às lojas por US$ 999, desconsiderando impostos locais e cargas sobre a movimentação, mas o dólar alto fez com que o preço do telefone saltasse de R$ 3.286,71 para R$ 4.305,69 em uma conversão direta.

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ReproduçãoO preço praticado pela Apple, porém, não é a única coisa que deve ser levada em conta. Afinal, sobre a compra também incidem impostos locais, que variam de acordo com a cidade norte-americana, e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para cartões de crédito, pré-pago e dinheiro em espécie. A alíquota para cartões é de 6,38%, enquanto a de papel moeda é de 1,1%.

Para os nossos exemplos, utilizaremos a cidade de Miami, na Flórida, que cobra uma taxa sobre compras de até 7%. Além disso, nossa compra será feita no cartão, fazendo com que os 6,38% de IOF incidam sobre a cobrança. Confira uma estimativa de quanto deve custar cada modelo:

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  • iPhone XS (64 GB): US$ 999 (R$ 4.305,69) + 7% (R$ 301,40) = R$ 4.607,08 + IOF (R$ 293,93) = R$ 4.901,01
  • iPhone XS Max (64 GB): US$ 1.099 (R$ 4.736,69) + 7% (R$ 331,56) = R$ 5.068,25 + IOF (R$ 323,35) = R$ 5.391,60
  • iPhone XR (64 GB): US$ 749 (R$ 3.228,19) + 7% (R$ 225,97) = R$ 3.454,16 + IOF (R$ 220,37) = R$ 3.674,53

Ou seja, o brasileiro terá que dispor de, pelo menos, R$ 4.901,01 para comprar o iPhone XS, de R$ 5,391,60 para comprar o iPhone XS Max e de R$ 3.674,53 para o iPhone XR. Vale lembrar que este valores terão que ser pagos à vista, já que não há parcelamento nos Estados Unidos, ou com a fatura do cartão parcelada e com juros. Além disso, a cotação pode variar após a sua compra, de acordo com a política da administradora, fechando normalmente no dia de pagamento da conta.

Por fim, ao desembarcar no Brasil, o usuário deve estar atento às regras alfandegárias. Se estiver com um único smartphone, o iPhone entrará para a cota de produtos de uso pessoal e será isento. Caso traga mais do que um, será cobrado uma taxa de 50% sobre o valor excedente na cota de US$ 500 permitida ao viajante. Caso não declare, haverá ainda uma multa adicional de 50% sobre a mesma porção excedente, totalizando 100% do que ultrapassar os US$ 500.

– Quanto custa os iPhones na Europa?

Com o problema de incompatibilidade dos iPhones dos Estados Unidos com uma faixa do 4G brasileiro, a Europa passou a ser uma opção considerada pelos brasileiros que desejam comprar o smartphone. No entanto, o consumidor ainda terá que se deparar com desafios como impostos locais, IOF e o câmbio.

Na tarde desta segunda-feira, o Euro estava sendo negociado a R$ 4,78 no Brasil, sendo mais caro do que o Dólar turismo. Assim como nos Estados Unidos, cada país da Europa adota uma carga tributária diferente, o que torna essencial pesquisar antes em caso de viagens com múltiplos destinos. Por fim, incidirão sobre a compra a cobrança de IOF e, se for o caso, a taxa alfandegária ao retornar para o Brasil.

ReproduçãoPara o nosso exemplo, utilizaremos os valores praticados em Portugal como referência de cálculo, por ser o país mais próximo do Brasil e normalmente tem passagens mais baratas. Assim como os brasileiros, os portugueses compram os seus produtos com a carga tributária já inserida no valor da compra, não sendo necessário cálculos adicionais sobre os preços anunciados pela Apple. Confira a estimativa de preços na Europa.

  • iPhone XS (64 GB): 1.179 euros (R$ 5.635,62) + IOF (R$ 359,55) = R$ 5.995,17
  • iPhone XS Max (64 GB): 1.279 euros (R$ 6.113,62) + IOF (R$ 390,04) = R$ 6.503,66
  • iPhone XR (64 GB): 879 euros (R$ 4.201,62) + IOF (R$ 268,06) = R$ 4.469,68

Como é possível perceber, os brasileiros que estiverem pensando em comprar os seus smartphones na Europa terão que dispor de uma quantia ainda maior do que nos Estados Unidos. Assim como no exemplo anterior, todo o valor terá que ser pago à vista na fatura seguinte. Se quiser parcelar a compra no cartão, o usuário ficará sujeito aos altos juros cobrados pela prestadora.

Outra regra que continua valendo é a da alfândega: o consumidor terá que pagar taxa sobre o iPhone, caso retorne com mais de um smartphone ao país, e poderá ser multado se não declarar o bom. A cota, contudo, continuará sendo calculada em dólar, sendo necessário converter o preço do produto de euro para a moeda norte-americana. Ou seja, é mais uma conta que o indivíduo terá que fazer.

– Como saber se o iPhone terá suporte total ao nosso 4G?

Ao contrário do que aconteceu com a última geração, a Apple lançou os iPhone XS (A1920) e XS Max (A1921) nos Estados Unidos incompatíveis com a banda 28 (700 MHz APT) do Brasil. Isso significa que o aparelho poderá ter problemas de funcionamento em redes LTE de algumas cidades brasileiras, bem como não terá acesso às velocidades do 4,5G e a recursos como o VoLTE (Voz sobre LTE). No entanto, cidades com suporte às demais faixas continuarão funcionando normalmente.

No caso dos telefones vendidos na Europa, o usuário não terá que se preocupar: os modelos são totalmente compatíveis com o 4G brasileiro. A Apple, inclusive, confirmou em seu site que os iPhones XS e XS Max que serão homologados no Brasil serão os mesmos do velho continente: versões A2097 e A2101, respectivamente.

Caso você vá comprar o telefone da Apple em outra região, é possível verificar a compatibilidade dos iPhones nesta página. Ao fazer sua busca, procure pelos modelos que suporte as bandas 3 (1800 MHz), 7 (2600 MHz) e 28 (700 APT MHz), que são as utilizadas no Brasil. Além disso, fuja de modelos CDMA, já que o país não utiliza esta tecnologia.

– Afinal, vale a pena comprar os novos iPhones lá fora?

Não é segredo: quem opta pela compra de um iPhone deve estar preparado para gastar bastante, independentemente de onde for comprar o telefone. No entanto, os brasileiros que optavam pelo exterior para fugir dos preços abusivos da Apple no Brasil estão tendo uma dificuldade ainda maior em 2018 com a desvalorização do real e as incompatibilidades técnicas do modelo.

Se você está em dúvida se vale a pena comprar os telefones nos Estados Unidos por conta do 4G, a resposta vai depender muito do local onde mora e dos seus objetivos. Consumidores que moram em uma grande cidade ou lugar onde já há redes LTE há muito tempo não terão problemas de conexão, tendo em vista que estes lugares possuem também as bandas 3 e 7. Por outro lado, se você mora em uma cidade em que só há a banda 28 ou não abre mão de ter acesso ao 4,5G (LTE-A) e o VoLTE, é recomendado evitar os modelos.

Partindo para o iPhone europeu, o grande empecilho promete ser a diferença de preço em relação aos Estados Unidos. Em Portugal, por exemplo, os brasileiros terão que desembolsar uma média de R$ 1,1 mil a mais para ter um iPhone XS ou XS Max totalmente compatível com o 4G brasileiro e R$ 795,15 adicionais pelo iPhone XR. Ou seja, se a diferença compensar o acesso às melhores faixas da rede móvel, o telefone pode ser uma opção interessante.

ReproduçãoEvidentemente, uma resposta definitiva para essa dúvida só será possível quando os preços dos iPhones foram confirmados no Brasil, o que pode acontecer entre novembro e dezembro. No entanto, segundo estimativas do Olhar Digital, a nova geração dos smartphones podem chegar com preços que podem superar com folga os R$ 10 mil, caso o preço dos novos aparelhos acompanhe proporcionalmente a disparada do dólar. Caso a tendência se confirme, tanto as versões da Europa como a dos Estados Unidos se tornam ainda mais atrativas. 

Também é importante sempre lembrar que o custo da viagem também deve ser incluído no cálculo, então talvez não valha a pena viajar apenas para adquirir o iPhone. No entanto, para quem precisa viajar a trabalho, ou então já estava planejando uma viagem a lazer, essa diferença pode ser desprezível.

Já se você não fizer questão de comprar um iPhone no fim das contas, considere um smartphone Android. Embora já haja aparelhos chegando a preços astronômicos, como o Galaxy Note 9 (R$ 5.500), os telefones com o sistema do Google tendem a se desvalorizar mais rapidamente. Assim, é possível conseguir um desconto considerável apenas alguns meses após os lançamentos.