Brian Acton, cofundador do WhatsApp, vendeu o aplicativo para o Facebook em 2014. Em setembro de 2017, ele saiu da empresa. E em março deste ano, ele aderiu ao movimento contra o Facebook e recomendou que usuários apagassem o aplicativo.

Numa longa entrevista à Forbes publicada nesta quarta-feira, 26, Acton deu detalhes sobre como a relação dele com o Facebook “azedou” com o passar dos anos. Hoje, ele diz que se considera um “vendido” por ter entregue sua startup a Mark Zuckerberg.

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O Facebook comprou o WhatsApp em 2014 por US$ 19 bilhões. Na época, o aplicativo de mensagens ainda não era rentável. Seu modelo de negócios consistia numa cobrança de US$ 1 por ano, que muitos usuários jamais sequer pagaram.

Acton, que criou o WhatsApp juntamente com Jan Koum, era contra o uso de anúncios como forma de monetizar o aplicativo. Mas Mark Zuckerberg e sua equipe discordavam. Este tema – como tornar o WhatsApp lucrativo – foi, fundamentalmente, o que colocou Acton e Facebook em rota de colisão.

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Acton não queria misturar dados do WhatsApp com o do Facebook, mas o app acabou ganhando integração com a rede social mesmo assim. Acton não queria uma versão paga para empresas, mas o WhatsApp Business acabou sendo lançado. Ele era contra anúncios no aplicativo, mas eles serão integrados aos Status em 2019.

A constante briga foi o que levou Acton a “sair do caminho deles”. “Eu sou um vendido. Eu reconheço isso”, ele disse. “Eu vendi a privacidade dos meus usuários em troca de um benefício maior. Eu fiz uma escolha e assumi um compromisso. E vivo com isso todos os dias”, acrescentou o hoje milionário.

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Koum, que criou o WhatsApp junto com Acton, saiu do Facebook pouco tempo depois dele. Nesta semana, Kevin Systrom e Mike Krieger, os criadores do Instagram, também pediram demissão, supostamente também por conta de diferenças com Zuckerberg.