As diferenças entre os modelos da tecnologia que veio para trazer mais segurança por conta da criptografia e oportunidade de negócio inovadores

Atualmente, muito se fala das moedas digitais, dos valores, da volatilidade, da compra e venda, mas pouco se fala da blockchain. Essa tecnologia é uma revolução na era digital, com promessa de praticidade que já facilita a vida das pessoas na área financeira e facilitará mais conforme as aplicações desse sistema forem sendo aplicadas. No artigo de hoje falaremos um pouco mais sobre ela que é de vital importância para a existência de todas as criptomoedas que temos ao nosso dispor.

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O que o Bitcoin tem a ver?

Não conseguiremos adentrar nesse assunto sem citar o Bitcoin. Graças a essa criptomoeda, nós fomos apresentados a todo esse universo, pois trouxe ao usuário a liberdade e a praticidade da descentralização. Em outras palavras, os usuários são os responsáveis pelo funcionamento da rede. O criador (ou criadores) do Bitcoin, de pseudônimo Satoshi Nakamoto, construiu a rede sob uma arquitetura complexa de criptografias que a transformou em algo completamente útil e confiável para que todas as transações e movimentações fossem registradas de forma imutável. Essa parte, vocês podem conferir no meu último artigo sobre a segurança da rede aqui: (https://olhardigital.com.br/colunistas/lucas_magno/2018/10/).

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Em um sistema blockchain público, o usuário tem essa experiência da descentralização, que consiste em não haver um órgão ou poder que regulamenta as movimentações feitas dentro dessa rede. Todo o processo de validação é feito pelos próprios nodes, que seriam os mineradores responsáveis pela validação das informações dentro blockchain. Antes do lançamento do Bitcoin, fazia-se necessária a intervenção de um terceiro regulador, autoridade que inspire confiança para fazer qualquer tipo de transação entre pessoas desconhecidas com segurança. Com a centralização que temos hoje, ocorrem vários problemas como falta de transparência, processos arbitrários e ineficientes, brechas para fraudes no manuseio de dados e burocracias que resultam em alto custo para o cliente, por exemplo.

Então, ao lançar o Bitcoin, veio junto a blockchain, que trouxe a possibilidade de optar pelas transações descentralizadas, onde a própria rede, pela sua arquitetura complexa de criptografias, já passa aos usuários a confiança, que outrora era de um órgão centralizador, às suas próprias mãos, por assim dizer.

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Blockchain pública

Com a blockchain pública, o usuário tem acesso às próprias validações através de uma rede de nodes (ou nós), computadores que armazenam cópias da própria blockchain guardam esses dados de forma definitiva e criam uma cadeia de armazenamento criptografado conforme mais pessoas vão fazendo parte dessa rede. Cada novo node precisa ser confirmado pelos outros existentes e, ao entrar na rede e contribuir com o funcionamento, esses usuários são remunerados de acordo com a moeda existente nesse sistema.

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Esse modelo faz com que a rede fique mais convidativa e mais pessoas queiram fazer parte e quanto mais participação, mais segura fica, pois o armazenamento demanda uma criptografia que cada node tem que resolver e validar de maneira sucessiva. Ou seja, a própria rede acaba passando ao usuário essa confiança de que todas as transações que ele quiser e se propor a realizar serão validadas e autenticadas. Além disso, a blockchain pública permite que todas as informações do usuário se mantenham ao alcance dele, garantindo que tudo aconteça de forma anônima e segura, sem que se perca o poder sobre elas, pois jamais precisará passar o poder que possui sobre suas informações cadastrais ou “financeiras” à rede para utilizá-la de qualquer forma.

Analisando como um todo, o Bitcoin e sua tecnologia trouxe aos usuários o poder de escolher não depender de uma terceira parte para validar suas transações monetárias. Partindo do princípio da própria criptomoeda, que sobrevive e se valoriza na própria rede, à própria blockchain e o que ela oferece.

Blockchain privada

Já na blockchain privada, o usuário encontra-se em um ambiente que tem um órgão regulamentador, seja uma pessoa ou um grupo. Essa experiência já determina a rede como centralizada ou permissionada.

Apesar de ainda prover ao usuário todos os benefícios da arquitetura altamente criptografada e das autenticações e validações dentro da rede, esse modelo ainda centraliza as permissões e condições nesse detentor ou detentores da mesma. A pessoa precisa ser convidada ou autorizada a participar e terá regras ou condições a obedecer para continuar fazendo parte, fora as demais políticas que o órgão regulador tiver definido prévia ou posteriormente.

O que também pode acontecer é o usuário perder o anonimato ou depender de passar suas informações pessoais ao órgão regulador da blockchain privada em questão. Tudo dependerá de como o dono definirá as regras para que as pessoas possam ingressar e utilizar o sistema. Então, cabe ao usuário que optar por um serviço de blockchain privado atentar-se aos detalhes.

Entretanto, isso não significa que o usuário terá uma experiência ruim. Muitas empresas conhecidas, de vários ramos, estão trazendo para si o que há de melhor da tecnologia blockchain justamente para baratear, facilitar e acelerar os seus processos. Como, por exemplo, instituições financeiras, logística, internet das coisas (IOT), inteligência artificial, e os números de áreas que estão mudando ou sendo criadas por causa do protocolo. Elas, também, estão investindo pesado em melhorias na própria tecnologia e métodos de armazenamento e distribuição de dados para contribuir com o aprimoramento e evolução da mesma.

Por fim

É inegável que o advento da blockchain trouxe inúmeras melhorias para a vida dos usuários. Independente de pública ou privada, as soluções oferecidas deram o poder.

de escolha àqueles que esperavam por isso, principalmente aos que se encontram ou encontravam desbancarizados e queriam ser donos do próprio dinheiro. As possibilidades de adaptação da blockchain para os serviços que dependem de validação e autenticação são infinitas e só nos cabe ficar atentos ao que mais essa tecnologia irá nos oferecer.

A discussão sobre a descentralização, escalabilidade e aplicabilidade dos vários tipos de blockchain, está em alta, e sem dúvida as blockchains públicas estão muitos passos a frente, por toda sua filosofia descentralizadora que vem se provando eficiente e evolui de forma rápida por ser algo cooperativo. As grandes corporações e instituições ainda não enxergaram o poder da descentralização, por causa da cultura centralizadora que está enraizada na sociedade, muitas vezes por medo do desconhecido. Mas sem dúvida há espaço para os dois protocolos e ainda haverá muita inovação nos próximos anos. A descentralização não tem dono, é um direito de todos os indivíduos.