Depois de comprar uma briga com os taxistas pelo Brasil, a Uber ganhou mais um inimigo. Empresas de ônibus que prestam serviços municipais se manifestaram contra o serviço de corridas compartilhadas da empresa, alegando concorrência desleal que ameaça inviabilizar o transporte público no país.

Tanto a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) quanto o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) apontam que a Uber a empresa está cometendo irregularidades com serviços como o Uber Juntos, que por enquanto só está disponível em algumas capitais, e o UberPOOL.

Segundo a NTU, houve uma queda na demanda pela rede de transporte público no Brasil de 25% entre 2013 e 2017, por uma série de fatores. Agora a associação também aponta o serviço de caronas compartilhadas como um dos itens que colabora para essa queda no uso do transporte público.

Para quem não está familiar, o UberPOOL foi a primeira experiência da Uber com corridas compartilhadas: o algoritmo detectava pessoas que tinham um destino similar e as colocava para dividir o mesmo carro com um custo inferior ao de uma corrida individual. Já o Uber Juntos, que está valendo em São Paulo, Rio de Janeiro e Niterói, aposta no mesmo conceito, mas faz com que o passageiro se desloque até um ponto de encontro que seja mais conveniente, para que o motorista não precise desviar muito do caminho, visando diminuir o tempo da viagem, que era uma reclamação comum dos usuários do Pool.

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Diante dessa preocupação, as empresas de ônibus pedem a proibição da modalidade de transporte compartilhado em aplicativos como a Uber. Serviços do tipo estão regulamentados e legalizados na esfera federal, mas a legislação abre caminho para que cada cidade determine suas próprias regras, então a esperança das empresas é que os municípios estabeleçam normas que vetem serviços como o Uber Juntos.

A Uber, por sua vez, se defende afirmando que o recurso tem como objetivo reduzir o número de veículos nas ruas, o que pode colaborar para reduzir o trânsito nas cidades. Além disso, a companhia julga que seus serviços compartilhados não se enquadram na categoria de transporte coletivo, mas são um sistema que combina viagens individuais com trajetos convergentes”.