A Amazon lançou no começo de fevereiro no Brasil a quarta geração do Kindle Paperwhite, seu e-reader intermediário. Nesta nova versão, o leitor de ebooks se destaca pelo design à prova d’água, o aumento do espaço interno de memória para 32 GB e um aumento no brilho máximo da iluminação embutida.

Custando R$ 499 no site da Amazon no Brasil, o novo Kindle Paperwhite fica no meio do caminho entre o modelo mais básico e barato, o Kindle de oitava geração (R$ 299); e o Kindle Oasis, o modelo mais completo e mais caro (R$ 1.149).

Afinal, o Kindle Paperwhite vale a pena? Ele é mais vantajoso do que o Kindle básico? Justifica o preço mais alto? Ou é melhor juntar mais algum dinheiro e comprar o Oasis de uma vez? Se eu já tenho um Paperwhite, vale a pena trocar pela nova versão?

Nós passamos alguns dias experimentando o novo Kindle Paperwhite e vamos tentar responder, neste review, algumas dessas dúvidas.

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Qual a diferença entre os Kindles?

O novo Kindle Paperwhite é um modelo intermediário – isto é, não é o mais completo nem o mais básico. Em relação ao Kindle de 8ª geração, o mais barato no portfólio atual, este aparelho tem iluminação embutida, até 32 GB de espaço interno e é à prova d’água.

Já o Kindle Oasis, que é o atual topo de linha, se diferencia por ter mais iluminação (12 LEDs, contra apenas cinco do Paperwhite), sensor de luz adaptável, botões de virada de página e uma tela maior na diagonal.

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Em resumo, são pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença para quem já está acostumado a usar um e-reader, mas que, para um iniciante, podem parecer apenas cosméticos. A experiência de leitura é apenas levemente diferente de um para o outro.

No caso do Kindle Paperwhite, o grande diferencial é a iluminação embutida com cinco LEDs (um a mais que a versão anterior) e a tela de alta resolução, semelhante à do Kindle Oasis. Estes sim são detalhes que afetam a experiência.

Ao contrário do que muita gente pensa, a iluminação embutida não serve só para ler no escuro. Locais mal iluminados ou com muitas sombras também podem atrapalhar a leitura num Kindle básico, que, por padrão, tem uma tela e-ink mais “escura”.

Com a iluminação interna do Paperwhite, você pode ler tranquilamente mesmo com o brilho baixo. E ao contrário de telas de OLED e LCD de smartphones e tablets, por exemplo, o brilho na tela de um Kindle é bem mais confortável e não deixa a visão cansada.

Vale a pena trocar o meu Kindle atual pelo novo?

O Kindle Paperwhite de terceira geração, disponível no site da Amazon até janeiro deste ano, já era uma ótima opção no quesito custo-benefício, aliando o que há de melhor no Oasis a uma etiqueta de preço um pouco mais modesta. O novo modelo só melhora o que já era bom.

A grande diferença de uma geração para a outra é a certificação IPX8, que garante que o dispositivo sobreviva a até 2 metros de profundidade na água doce por, no máximo, 60 minutos, algo que o modelo topo de linha já tinha há algum tempo.

Além disso, o brilho máximo aumentou e agora a parte frontal do aparelho é totalmente plana, como a do Kindle Oasis. Sem falar no espaço interno de armazenamento, que pode ser de 8 GB ou de 32 GB (por R$ 649), e a portabilidade: o novo modelo é mais fino e mais leve que o antecessor.

Outra diferença é que a nova geração do Paperwhite não tem mais versão com 3G integrado. A Amazon argumenta que o recurso não era muito buscado pelos usuários e acabava deixando o preço do produto mais salgado. A opção com mais memória, segundo a empresa, seria mais vantajosa.

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Sendo assim, o novo Kindle Paperwhite de 8 GB custa apenas R$ 20 a mais do que o seu antecessor. Vale a pena o upgrade? Tudo depende do quanto você precisa de um e-reader à prova d’água. Se você é do tipo que gosta de ler no chuveiro, na chuva ou na piscina (na praia não, porque a Amazon não garante proteção contra água salgada), então vale a pena.

Mas se você raramente usa o seu Kindle nestas situações, o upgrade é desnecessário. As outras mudanças são pequenas demais para justificar o investimento de R$ 499 num aparelho que faz basicamente as mesmas coisas que o seu Paperwhite atual já faz.

Design, hardware e software

O novo Kindle Paperwhite à prova d’água tem um design mais refinado que o antecessor e que o modelo básico. Ele tem a parte frontal plana, como a do Oasis, e é mais fino e mais leve: 8,1 milímetros de espessura e 182 gramas.

Ainda não é tão ergonômico quanto o Oasis, que permite concentrar o peso do aparelho na mão que você usa para segurá-lo. As bordas mais finas do Paperwhite, sem botões físicos para trocar de tela, também podem fazer com que você acabe esbarrando na tela sensível ao toque sem querer algumas vezes.

A tela de alta definição (300 pixels por polegada), somada aos cinco LEDs de iluminação, tornam a leitura mais agradável do que na versão mais básica do aparelho. O novo Paperwhite também está levemente mais rápido que o antecessor, mas não o suficiente para tornar a experiência de uso realmente veloz.

Há ainda um pequeno e incômodo atraso após os toques na tela. Na maior parte do tempo, isso não incomoda, já que você só vai tocar na tela quando precisar trocar de página. Mas navegar pelas configurações e menus de personalização já é um pouco mais chato. Digitar no navegador integrado ou na loja de ebooks é ainda mais desajeitado.

A bateria também mudou pouco. Em tese, ela deve durar um pouco menos devido à lâmpada de LED extra em comparação com o Paperwhite de 3ª geração, mas a diferença é imperceptível, e ainda é suficiente para vários dias longe da tomada. A conexão continua sendo USB e a unidade de armazenamento agora pode ser de até 32 GB.

Cada ebook chega a pesar apenas alguns poucos megabytes, de modo que o armazenamento básico de 8 GB é mais do que suficiente para a maioria dos usuários por muitos anos. O espaço extra pode servir para quem quer baixar audiolivros pela Amazon (que ainda não estão disponíveis oficialmente no Brasil, mas podem ser comprados por quem tem uma conta nos EUA).

Como já é tradição, o novo Kindle aceita a maioria dos arquivos de ebooks, sendo que a maioria dos livros comprados pela loja online da Amazon estão em AZW3, AZW ou MOBI. Ele até aceita arquivos PDF, mas a reprodução é péssima, cheio de bugs de formatação. Não há suporte a arquivos EPUB.

Em termos de software, não há grandes novidades: whispersync, recurso que sincroniza o seu progresso e sua biblioteca entre vários dispositivos e também no aplicativo para celular; dicionário offline e verbetes da Wikipédia para palavras selecionadas online; e as Dicas de Vocabulário, que auxiliam na leitura de livros em inglês.

Uma novidade é que, com o lançamento do novo Paperwhite, todos os Kindles ganharam uma atualização no menu de personalização. Agora você pode definir conjuntos de configurações de leitura, como uma com a fonte maior e o parágrafo menor, outra com uma orientação e tipografia diferentes, e pode alternar rapidamente entre essas pré-definições sempre que quiser.

Vale a compra? Qual Kindle é o melhor?

O Kindle Paperwhite de 4ª geração é o campeão do custo-benefício no portfólio atual da Amazon. É ideal para quem já teve um Kindle, ou possui algum e-reader mais simples ou mais antigo, e está pensando em revitalizar seu hábito de ler livros digitais.

Se você nunca teve ou experimentou um e-reader, e não sabe se vai curtir a experiência, a escolha ideal talvez fosse o Kindle básico de 8ª geração. Além de mais barato, ele é leve e fácil de transportar de um lado para o outro, possui uma bateria de longa duração e, em resumo, dá para o gasto.

A iluminação embutida é um recurso que faz muita diferença e pode tornar a experiência de leitura bem melhor. Mas se você escolher um Kindle sem esse recurso, não vai sentir muita falta, já que nem mesmo livros físicos têm luz própria, não é mesmo?

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O caso é que, depois de usar um Kindle Paperwhite – especialmente o novo modelo à prova d’água – vai ser difícil querer usar a versão básica. O Oasis, por sua vez, é o topo de linha feito para quem quer o melhor possível em ebooks, não abre mão de qualquer recurso e não tem limite de orçamento.

O novo Kindle Paperwhite faz o básico muito bem e vai além, com design mais enxuto e uma bem-vinda proteção contra água. É um modelo de e-reader que não vai te decepcionar em quase nada – só na hora de ler PDFs. Em todos os outros casos, esta é a compra mais segura que você pode fazer.

Ficou interessado no produto? O aparelho avaliado nesse texto pode ser comprado na loja virtual do Olhar Digital, desenvolvida em parceria com o Magazine Luiza. Embora o Olhar Digital possa receber uma comissão nas vendas da loja virtual, a parceria com o Magazine Luiza não tem influência alguma sobre o conteúdo editorial publicado. Além disso, a disponibilidade do produto e o preço cobrado são de responsabilidade do Magazine Luiza.