Mesmo com as acusações das autoridades norte-americanas de representar um risco à segurança, a Huawei planeja expandir sua atuação no Canadá. A empresa informou na quinta-feira, 21, que vai contratar 200 novos funcionários para as operações no país, o que representa um aumento de cerca de 20% em sua força de trabalho local.

Além disso, a companhia informa que pretende aumentar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento em terras canadenses em 15% em relação a 2018 — US$ 136 milhões. As contratações e a ampliação dos investimentos da Huawei no Canadá fazem parte dos planos da organização de garantir um lugar no mercado de desenvolvimento da rede 5G no país.

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Empresas de telecomunicações no Canadá, nos EUA e na Europa já constróem redes 5G e estão decidindo se instalam ou não o hardware da Huawei. Sob a pressão das acusações das autoridades norte-americanas, a gigante de telecomunicações luta para manter sua posição não só no Canadá, mas também na China e no continente europeu.

Espionagem chinesa

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A diretora financeira da corporação, Meng Wanzhou, é acusada de fazer negócios com o Irã entre 2009 e 2014, o que viola as sanções econômicas impostas ao país pelos EUA. Os norte-americanos acreditam que a tecnologia da Huawei poderia permitir que o governo chinês espionasse países que usam os sistemas de rede sem fio da empresa. Por isso, os EUA impediram a companhia de fazer negócios por lá.

A investigação resultou na prisão de Wanzhou por autoridades canadenses em dezembro de 2018, mas ela foi liberada pouco tempo depois e negou as acusações. Agora, ela está em liberdade sob fiança em Vancouver, mas, se for considerada culpada, pode até ser extraditada para os EUA.

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O presidente da Huawei, Liang Hua, disse em um evento de mídia em Toronto na semana passada que “esperamos que a decisão sobre o 5G possa ser tomada com base na tecnologia, em vez de outros fatores”. “Queremos que haja igualdade de condições”, defende.

Em razão das acusações, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, alertou que o país reconsideraria parcerias com nações que optassem pela tecnologia da Huawei para redes de comunicação. “Se um país adotá-la e colocá-la em seus sistemas de informação, não podemos compartilhar informações nem trabalhar com ele”, avisou em entrevista à Fox.

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Por outro lado, o presidente Donald Trump sugeriu em um tuíte que sua resistência contra a Huawei nos EUA pode diminuir. “Eu quero que os EUA ganhem com a concorrência, não com o bloqueio a tecnologias atualmente mais avançadas”, escreveu.

Para Liang as acusações dos EUA contra Wanzhou são motivadas por “questões políticas”. “Acredito que a seja inocente e espero que o sistema jurídico canadense possa trazer justiça para ela”, conclui.