Na terça-feira, 26, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou que o governo norte-americano quer que astronautas pousem na superfície lunar em até cinco anos. O desafio deve levar a NASA aos seus limites, já que isso não é feito desde 1972.

Pence lançou a missão como parte de uma nova corrida espacial contra potências como Rússia e China. O país chinês pousou uma sonda espacial no lado oculto da Lua – região do satélite que não é visível da Terra – no início do ano. Índia e Israel também planejam pousar no satélite natural ainda em 2019.

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Segundo o site Phys.org, o vice-presidente norte-americano confirmou que a intenção é levar uma astronauta mulher até a superfície lunar. “Deixe-me ser claro: a primeira mulher e o próximo homem na Lua serão ambos astronautas americanos lançados por foguetes americanos em solo americano”, afirmou Pence durante discurso.

O vice-presidente disse que a agência espacial deve se transformar em uma organização “mais enxuta, responsável e ágil”. “Se a NASA não for capaz de pousar astronautas norte-americanos na Lua em cinco anos, precisamos mudar a organização, não a missão”, enfatizou. O plano do governo dos EUA prevê levar humanos à Lua em um segundo mandato, caso o presidente Donald Trump seja reeleito.

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Pence não detalhou como o projeto seria desenvolvido, os custos da missão e qual foguete seria usado. Antes do comunicado do vice-presidente, a NASA esperava alcançar esse objetivo até 2028. Até o momento, a agência espacial também não se pronunciou com mais informações e financiamento da missão. Portanto, ainda não está claro como a NASA cumprirá esta meta até o momento.

A proposta do vice-presidente dos EUA está alinhada com o contexto atual de aumento de atividade e competição no espaço. A Casa Branca impulsionou a criação de uma Força Espacial para ajudar os militares a combater potenciais adversários em órbita. Além disso, o governo norte-americano tem expectativa de enviar a nave espacial Orion sem tripulação em uma viagem ao redor da lua ainda neste mandato de Trump. A Orion foi construída pela NASA com o objetivo de transportar tripulantes para a Lua, para Marte e até mais distante.

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Em seu discurso, Pence aproveitou também para criticar os atrasos e excessos de custos com o próximo foguete da NASA, o Sistema de Lançamento Espacial (na sigla em inglês, SLS). A Boeing é a principal contratada para desenvolver o projeto junto com a agência.

Recentemente, o presidente da NASA, Jim Bridenstine, disse em uma audiência no Senado que o primeiro voo do SLS seria mais uma vez atrasado. Como resultado, a agência voltou parte de sua atenção para os foguetes comerciais desenvolvidos por empresas privadas. Empresas como SpaceX, United Launch Alliance e Blue Origin estão desenvolvendo novos foguetes que, embora não sejam tão capazes quanto o projeto do SLS, seriam menos caros.

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Quanto à escolha do foguete, Pence ameaçou não se importar com o uso de foguetes de empresas privadas ao invés dos da NASA. “Se os foguetes comerciais são a única maneira de levar os astronautas americanos à Lua nos próximos cinco anos, então eles serão os escolhidos”. 

Na comunidade espacial, a reação ao anuncio foi positiva, por um lado, porque, segundo cientistas da NASA, desafia e estimula a agência a realizar suas missões mais rapidamente. Já por outro lado, eles reconhecem que o projeto é desafiador e exige muitos recursos.

Fonte: The Washington Post