Nesta terça-feira, 26, o FBI (Departamento Federal de Investigação dos EUA) anunciou os resultados de sua última investigação de atividades criminais na deep web. Desencadeada pela Operação SaboTor, liderada pela Joint Criminal Opioid and Darknet Enforcement (J-CODE, em tradução livre, Junta de Execução Criminal de Opioides e Darknet), a ação apreendeu US$ 4,5 milhões em criptomoeda usadas em atividades criminosas, como tráfico de drogas e comércio de armas.

A Operação SaboTor é um esforço internacional que mira na descoberta e prisão de membros de organizações de tráfico de drogas que operam na dark web. Esta é a segunda ação coordenada pelo J-CODE.

Como resultado das investigações, autoridades dos EUA e de outros países fizeram 61 prisões e fecharam 50 contas na dark web associadas a atividades criminosas online. Foram executados 65 mandados de busca que resultaram na apreensão de 300 quilos de drogas, 51 armas de fogo e mais de US$ 7 milhões. Desses, US$ 4,5 milhões foram em criptomoeda, US$ 2,48 milhões em dinheiro vivo e US$ 40 mil em ouro. O FBI não revelou quais tipos de criptomoedas foram confiscadas.

A Operação Sabotor aconteceu de 11 de janeiro a 12 de março e foi composta por uma série de operações conjuntas independentes, mas complementares, com o objetivo de atacar globalmente a “epidemia de opiáceos”.

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De acordo com o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), opiáceos são substâncias analgésicas, que podem causar dependência, derivadas do ópio. Opiáceos podem ser naturais, como a morfina e a codeína, ou semi-sintéticos, como a heroína, que é obtida por meio de uma pequena alteração química da morfina. Já os opioides são substâncias opiáceas sintéticas, como o meperidina, o propoxifeno e a metadona.

A investigação foi atrás dos fornecedores mais ativos de opiáceos da deep web para desmantelar suas operações e acabar com o comércio ilegal. Além disso, as agências participantes desenvolveram projetos na educação pública sobre a conscientização dos perigos do abuso dessas substâncias.

A operação foi um esforço colaborativo entre as entidades parceiras do J-CODE, incluindo o FBI, a DEA (Departamento Anti-Droga dos EUA), a HSI (Agência de Imigração e Alfândega dos EUA) e a CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA), entre outros órgãos americanos e internacionais, como a Europol, o serviço europeu de investigação de organizações criminosas.

“A dark web não é tão escura quanto você pensa. Quando você compra ou vende produtos ilegais online, não está escondido da aplicação da lei, mas sim se colocando em perigo”, afirmou a diretora executiva da Europol, Catherine De Bolle.