Aumento da produtividade e lucratividade são palavras-chave para qualquer setor industrial. Em especial, setores com característica de alto risco e presença de muitas variáveis, que nem sempre estão sob o controle do empresário.

O setor de Agricultura não é exceção. Agricultores de todo o mundo fazem o uso mais intenso possível das tecnologias digitais, em busca da rentabilidade em sua indústria. As redes 5G, com suas características de baixa latência, velocidades de transmissão de dados muito mais altas, robustez, maior sustentabilidade e baixo consumo de energia, terão um papel determinante na transformação do que chamamos de Agricultura Inteligente e Agricultura de Precisão.

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Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), Agricultura Inteligente (“Smart Farming”) é um conceito de gestão que utiliza tecnologia moderna para aumentar a quantidade e a qualidade dos produtos agrícolas. Atualmente, os agricultores já têm acesso a tecnologias de geoposicionamento, varredura de solo, gerenciamento de dados e Internet das Coisas.

Medindo com precisão as variações no campo e adaptando sua estratégia de acordo com essas informações, os agricultores podem aumentar significativamente a eficácia dos defensores agrícolas e fertilizantes, utilizando-os de forma mais seletiva e eficaz. Da mesma forma, usando técnicas de Agricultura Inteligente, os agricultores podem melhor monitorar as necessidades de cada animal na fazenda e ajustar sua nutrição de maneira correspondente, evitando doenças e melhorando a saúde do rebanho.

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O conceito não é novo. A diferença está no fato de as redes 5G oferecerem recursos tecnológicos sofisticados, permitindo um uso mais amplo de tecnologias digitais, robótica, reconhecimento de imagem, big data etc.

Novos casos de uso na rede, dedicados especificamente ao agronegócio, se tornam viáveis, elevando a IoT da agricultura a novos patamares. Os sofisticados protocolos de comunicação das redes 5G fazem com que a vida útil das baterias dos sensores se eleve do atual padrão de algumas semanas para aproximadamente uma década. Este fato torna possível o uso intensoo de sensores voltados a diferentes necessidades, além do rastreamento de um número muito maior de fatores terrestres e ambientais em uma escala de polegadas, por exemplo.

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A análise dos dados disponibilizados em tempo real (umidade do solo, fertilização, variações de temperatura ou climáticas, culturas, pecuária, logística e maquinário) permite ações mais rápidas para a simplificação das operações, a utilização exata de recursos (água, defensivos agrícolas e fertilizantes) e o aumento da produtividade.

Maiores velocidades de transmissão de dados, latência próxima de zero e robustez de rede, juntamente com técnicas de computação em nuvem, viabilizarão a utilização, em área geográfica mais ampla, de maquinário sofisticado no campo.

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O projeto “5G-RANGE” (5G-Remote Area Access Network for 5Th GEneration), iniciativa conjunta entre Brasil e Comunidade Europeia, contempla o desenvolvimento de rádios cognitivos, economicamente viáveis, para a entrega de banda larga de alta velocidade em áreas remotas ou de baixa densidade

populacional. Com isso, equipamentos como tratores, caminhões e colheitadeiras autônomas e drones poderão receber 100 megabit por segundo a uma distância de até 50 quilômetros de uma estação rádiobase.

As redes 5G sofisticarão a IoT e oferecerão saltos tecnológicos para o melhor enfrentamento dos desafios que o aumento da população global e as mudanças climáticas oferecem para o setor agropecuário.