O Facebook tem enfrentado fortes críticas e pressão de advogados e políticos que exigem que a rede social impeça a disseminação de conteúdo violento e que incita o ódio. A exigência se fortaleceu desde que o principal suspeito do brutal ataque terrorista contra muçulmanos em duas mesquitas na cidade de Christchurch, Nova Zelândia, em março último, ter transmitido ao vivo o tiroteio no Facebook. Ao menos 49 pessoas morreram e 48 ficaram feridas durante o tiroteio.

Pressionado, o Facebook divulgou um comunicado oficial na última terça-feira, 14/5, em que diz que está colocando restrições na plataforma de vídeos ao vivo. “Estamos revisando o que mais podemos fazer para limitar nossos serviços de serem usados para causar danos ou espalhar o ódio”, escreveu o Vice-Presidente de Integridade do Facebook, Guy Rosen.

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De acordo com Rosen, usuários que violarem as “políticas mais rígidas do Facebook” serão impedidos de publicar vídeos ao vivo por um período determinado por avaliação da empresa, que pode ser, por exemplo, de 30 dias. A companhia não detalhou quais são as políticas rígidas as quais se refere. Uma delas envolve “Organizações e Indivíduos perigosos”, que proíbe os usuários de promover o terrorismo, o ódio organizado, o assassinato em massa e o tráfico de pessoas.

“Por exemplo, alguém que compartilhar um link de uma declaração de um grupo terrorista sem contexto, será imediatamente impedido de usar o Facebook Live por um determinado período”, explicou Roden. Isso significa que a empresa pode se basear em violações do termos de serviço de vídeos ao vivo para banir usuários do Live. O comunicado acrescenta que a empresa pretende expandir o novo regulamento nas próximas semanas.

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A decisão de intensificar as regulações do Live não foi o primeiro posicionamento da empresa. Semanas depois do atentado, Mark Zuckerberg, disse em entrevista à ABC que não se comprometeria a mexer na transmissão ao vivo do Facebook.

O Facebook voltou atrás e as medidas contra a disseminação de conteúdo violento na rede social vieram dois meses depois do atentado. Imediatamente após o ataque, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, fez um discurso emocionante ao Parlamento exigindo que a plataforma digital fosse responsabilizada pela transmissão do tiroteio.

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“Não podemos aceitar passivamente que essas plataformas simplesmente existam e que o que é dito dentro delas não seja responsabilidade dos lugares onde elas são publicadas. Não pode haver um caso de lucro sem responsabilidade”, disse a política. A live durou 17 minutos e foi vista menos de 200 vezes durante a transmissão ao vivo e cerca de 4 mil vezes no total antes de ser removida.

A chocante transmissão do terrorismo também fez o Parlamento da Austrália aprovar uma lei que pode levar à prisão de executivos de tecnologia que permitem conteúdo violento em suas plataformas.