A Embraer e a fabricante de motores Weg anunciaram nesta quarta-feira (29) uma parceria para o desenvolvimento de aeronaves elétricas. Neste primeiro momento, as empresas vão unir esforços para produzir mais conhecimento científico sobre a aplicação da tecnologia no setor aeronáutico.

O primeiro teste de decolagem com uma aeronave movida a eletricidade deve acontecer em 2020, segundo o Diretor Superintendente da WEG Manfred Peter Johann. O sistema elétrico irá equipar inicialmente o avião Ipanema, máquina popular no agronegócio para aplicação de agrotóxicos.

Os estudos serão primeiro realizados em laboratório e depois será criada uma plataforma para simular uma operação real. O trabalho em torno do sistema elétrico deve ser feito nas fábricas da Embraer, em São José dos Campos (SP), e nas da WEG, em Jaraguá do Sul (SC).

Ao acelerar a produção científica da tecnologia, as empresas têm como objetivo encontrar uma alternativa sustentável à combustão dos motores de aeronaves para reduzir a emissão de carbono no meio ambiente.

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As pesquisas na área, no entanto, ainda estão em estágio inicial. Segundo especialistas, levar eletricidade motora para um aviação comercial vai custar bem mais tempo, estudo e investimento do que para o setor automobilístico. Mesmo a tecnologia de carros elétricos ainda não alcançou consistência e proporção massiva para substituir veículos à combustão. Por isso, fabricantes de aviões, máquina que gasta muito mais energia para ter potência de voo, ainda têm um longo caminho a percorrer até que a eletrização do setor se torne viável e segura.

Ainda assim, a tecnologia deve crescer no futuro. A aposta cada vez maior de tornar carros elétricos uma realidade comum deve se refletir na aeronáutica, devido às pressões governamentais e sociais  para que empreas diminuiam a poluição do meio ambiente. O alto custo do querosene para companhias aéreas também é um fator que empurra o setor para a eletricidade.

O acordo entre as companhias ocorre dois anos depois da Embraer firmar outra parceria para o desenvolvimento de tecnologia elétrica. A empresa se associou com a Uber para a criação de ‘carros voadores’ em 2017; operação experimental com o primeiro modelo deve acontecer também em 2020.