Como parte da guerra comercial entre EUA e China, o Departamento de Comércio norte-americano incluiu a Huawei em uma espécie de “lista negra”. Isso exige que qualquer empresa do país que queira negociar com a fabricante chinesa precise pedir autorização para o governo americano. O que, na prática, significa um NÃO.

O efeito da ação foi a suspensão de negócios por parte de diversas gigantes norte-americanas de Tecnologia junto a Huawei, incluindo Qualcomm, Microsoft, ARM e o Google, que parou de oferecer suporte do Android aos smartphones da marca chinesa. No entanto, após a enorme repercussão negativa desse boicote, o presidente Donald Trump resolveu suspender por 90 dias a ação da lista negra, para que as companhias do país possam se adaptar. Com isso, o Google pode voltar a prestar suporte do Android para Huawei. Porém, a amizade entre as companhias não voltou a ser a mesma. 

Desde a última sexta-feira (24), o Google removeu todas as menções à marca Huawei e seus dispositivos nas páginas do programa AndroidAndroid Enterprise e Android Q Beta. Checamos os sites de cada projeto e a fabricante chinesa segue sem ser citada.

A Huawei começou a recrutar participantes para testar o novo software em seus telefones Mate 20 Pro no início deste mês e limitava o recrutamento de desenvolvedores de aplicativos do Google Play da Europa Central e Oriental, que tinham pelo menos um aplicativo na loja. As atualizações de construção do software estão programadas para todas as terças e quintas-feiras, até 30 de junho.

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Não houve discussão sobre uma possível interrupção do Beta do Android Q — considerando a proibição que vigorou de 15 a 21 de maio —; não houve declarações da empresa ou comentários dos desenvolvedores. Em grande parte, porque quase todos (se não todos) os recrutamentos ocorreram antes da ação do Departamento de Comércio dos EUA. E a Huawei seria responsável pelos ajustes semana a semana, trabalhando a partir da única imagem que o Google fornecia.

Para resolver a situação com as autoridades dos EUA, a chinesa está preparando seu próprio sistema operacional para seus dispositivos. Segundo a fabricante, ele está previsto para estrear no início da primavera (final de setembro). Enquanto isso, a empresa parece desesperada para manter os relacionamentos restantes com parceiros dos EUA durante o período de carência — isso permitiria que ela mantivesse produtos em funcionamento, bem como concluísse ou atendesse novos pedidos por componentes-chave — até que possa fazer a transição para fontes alternativas.