A Rappi, empresa que ganhou notoriedade nos últimos meses por intermediar todo tipo de compra online, permitindo que seus usuários recebam suas compras de mercados, farmácias e outros estabelecimentos, chamou a atenção nesta semana por outro motivo. Um dos entregadores que prestam serviço para a companhia morreu sem receber socorro da companhia, acusada de negligência.

O relato partiu de uma publicação da advogada Ana Luísa Pinto. Ela havia feito um pedido por volta das 22h30 de terça-feira, 9, mas, quando o entregador Thiago de Jesus Dias, de 33 anos, chegou à sua casa, já estava passando mal, relatando dor de cabeça, naúsea e pressão baixa. Além disso, apresentava tremores e chegou a vomitar algumas vezes.

Diante da cena, a advogada primeiro ligou para o SAMU para pedir socorro, mas a ambulância nunca chegou. Ela também tentou contato com a Rappi, mas não teve qualquer tipo de apoio. Pelo contrário: ela foi orientada apenas para que desse baixa no pedido para que os outros clientes fossem alertados de que suas entregas não seriam concluídas.

A Uber também acabou se envolvendo na história após um motorista da plataforma se recusar a prestar socorro e levar Thiago para um hospital. A advogada relata que o motorista decidiu não transportá-lo devido ao fato de o entregador ter urinado em decorrência do mal estar, com medo de sujar o carro.

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Foi só quando os amigos e familiares de Thiago chegaram ao local de carro que ele finalmente pode ser transportado ao Hospital das Clínicas, onde foi levado imediatamente para a UTI. Os médicos constataram que ele havia sofrido um aneurisma cerebral e a demora no atendimento ajudou a agravar o caso.

Após a repercussão, o Rappi se manifestou afirmando que “lamenta profundamente o falecimento e se solidariza com os seus familiares. A empresa reforça ainda que está apurando os fatos e está aberta a colaborar com as autoridades”. Já a Secretaria Municipal de Saúde disse que “lamenta o ocorrido e informa que abriu um procedimento interno de apuração para verificar todas as circunstâncias que envolveram este atendimento. Após sua conclusão, a direção do órgão irá adotar as medidas cabíveis”. A Uber ainda não se manifestou sobre o tema; o Olhar Digital pediu um posicionamento e o texto será atualizado assim que houver resposta.