Basicamente, é uma competição entre três diretores: Sam Raimi, Marc Webb e Jon Watts, sendo que só o primeiro deles realizou três longas até aqui. A hierarquização dos filmes comprova que Raimi é o melhor diretor. As datas mostram que a necessidade de atualização é mais forte com esse do que com qualquer outro super-herói. Talvez por ser a criação mais carismática de Stan Lee, sente-se essa necessidade de responder a cada mínima mudança nos costumes e na faixa-etária do público.

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O Espetacular Homem-Aranha (2012), de Marc Webb – o pior de todos

Andrew Garfield não é mau ator, mas simplesmente não cabe muito bem no personagem. Cinco anos depois do último aranha de Raimi, é inevitável pensarmos na tolice que foi este reboot precoce.

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Homem-Aranha 3 (2007), de Sam Raimi

Uma espécie de espelhamento com o Superman 3 (Richard Lester, 1983) que não funciona muito bem. A ideia de explorar o lado sombrio de todos nós é boa, mas não muito fácil de ser bem desenvolvida. Raimi fracassou onde Lester já havia fracassado, a despeito de alguns belos momentos nos dois filmes: em 1983, a abertura em plano-sequência; em 2007, as cenas que confirmam a maturidade de Tobey Maguire como ator.

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O Espetacular Homem-Aranha 2: A Volta de Electro (2014), de Marc Webb

Um pouco melhor que o primeiro aranha de Webb. Sente-se uma maior afinidade entre Garfield e o personagem, principalmente porque Peter Parker está mais à vontade com seus superpoderes. A trama é mais rica, com a forte presença do vilão Electro e a proeminência da Oscorp.


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Homem Aranha: De Volta ao Lar (2017), de Jon Watts

Outro reboot precoce. Mas desta vez parece estar em jogo uma correção dos desajustes mostrados nos dois longas dirigidos por Marc Webb. O filme de Jon Watts parece se interessar mais pelas relações entre os adolescentes do que pelo combate entre o bem e o mal. Por isso algumas sequências agradam em cheio aos fãs de comédias adolescentes.

 

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Homem Aranha (2002), de Sam Raimi

A estreia de Raimi no lado mais rico de Hollywood, o dos super-heróis, mostra a capacidade do diretor de se adaptar a diferentes contextos, desde sua estreia, com o irrisório orçamento de Evil Dead. E aqui ele estava apenas esquentando, enquanto Tobey Maguire e Kirsten Dunst davam forma a Peter Parker e Mary Jane, incluindo um inesquecível beijo de ponta-cabeça na chuva.

 

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Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), de Jon Watts

Jon Watts aprofunda o retrato da adolescência, com seus flertes e medos, e ainda promove uma interessante discussão sobre o poder da imagem, o modo como ela cria ilusões e a necessidade das pessoas em acreditar nas coisas. Muito atual, o segundo filme com Tom Holland de protagonista lamenta o mundo das fake news e enaltece a honestidade e a personalidade de cada ser humano (o que de certo modo, todos os filmes hollywoodianos fazem). A trama é totalmente derivada do “blimp” de cinco anos de Vingadores: Ultimato. E Marisa Tomei mostrando o incrível poder de se rejuvenescer a cada filme.


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Homem-Aranha 2 (2004), de Sam Raimi – o melhor de todos

Aqui Raimi está em pleno domínio da situação, com um roteiro forte, vilões inesquecíveis como Doctor Otto Octavius, vulgo Octopus (Alfred Molina), e um perturbado Harry Osborn (James Franco). Sua direção é exemplar, tanto nas cenas dramáticas quanto nas cenas de ação (onde muitos costumam derrapar). Este é provavelmente o melhor filme de super-herói deste século.