A revista inglesa Empire, em sua recente edição de setembro de 2019, comemora 30 anos de existência. Sempre foi uma revista mais voltada para o cinemão hollywoodiano, embora vez ou outra destaque algum filme mais intelectualizado. O que a difere das outras revistas de cinema pop que existem no mercado é a qualidade dos textos.

Para celebrar o aniversário, a revista fez uma lista com o melhor filme de cada ano de sua existência. “30 anos, 30 filmes” é como anunciam a empreitada. Claro, listas assim servem mais para discordâncias do que para qualquer outra coisa, já que não há uma grande amostragem da produção de cada ano, mas só um filme escolhido pela redação. Ou seja, ela pouco serve para indicações, já que tende a privilegiar o que muitos já viram.

Reproduzo aqui a lista com as minhas cotações para cada filme, acompanhando o sistema de cotações da própria revista (* terrível, * * fraco, * * * ok, * * * * bom, * * * * *  excelente). Observo que normalmente as cotações de 1 a 5 estrelas reservam a intermediária, com três estrelas, para os filmes bons, e duas estrelas para filmes medianos. A classificação da Empire parece ligeiramente mais rigorosa nesse caso, mas muitos textos sobre filmes que ganham três estrelas da revista são majoritariamente positivos. Para todos os efeitos, considero aqui que três estrelas é uma cotação positiva.

Vamos à lista:

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1989 – Batman (Tim Burton) * * *

1990 – Os Bons Companheiros (Martin Scorsese) * * * * *

1991 – O Exterminador do Futuro 2 (James Cameron) * * * *

1992 – Cães de Aluguel (Quentin Tarantino) * * * *

1993 – Jurassic Park (Steven Spielberg) * * *

1994 – Um Sonho de Liberdade (Frank Darabont) * * * *

1995 – Toy Story (John Lasseter) * * * *

1996 – Pânico (Wes Craven) * * *

1997 – Titanic (James Cameron) * * * *

1998 – Blade: O Caçador de Vampiros (Stephen Norrington) * *

1999 – Matrix (Lana e Lilly Wachowski) * * *

2000 – Psicopata Americano (Mary Harron) * *

2001 – O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (Peter Jackson) * *

2002 – A Viagem de Chihiro (Hayao Miyazaki) * * * * *

2003 – Encontros e Desencontros (Sofia Coppola) * * * * *

2004 – Todo Mundo Quase Morto (Edgar Wright) * *

2005 – O Segredo de Brokeback Mountain (Ang Lee) * * * *

2006 – O Labirinto do Fauno (Guillermo Del Toro) * * *

2007 – Onde os Fracos Não Tem Vez (Joel e Ethan Coen) * * * *

2008 – O Cavaleiro das Trevas (Christopher Nolan) * * *

2009 – Avatar (James Cameron) * * * *

2010 – A Origem (Christopher Nolan) * *

2011 – Missão Madrinha de Casamento (Paul Feig) * * *

2012 – The Avengers: Os Vingadores (Joss Whedon) * * *

2013 – Gravidade (Alfonso Cuarón) * * * *

2014 – Birdman (Alexander G. Iñárritu) * *

2015 – Mad Max: Estrada da Fúria (George Miller) * * * *

2016 – Moonlight (Barry Jenkins) * * *

2017 – Corra (Jordan Peele) * * *

2018 – Pantera Negra (Ryan Coogler) * * *

 

Rápidos comentários:

– Duas animações na lista: uma da Pixar e outra japonesa. Nesse quesito acertaram em cheio.

– Colocaram uma paródia de filme de zumbis para ingês ver (Todo Mundo Quase Morto) e esqueceram de um dos melhores filmes de zumbis de todos os tempos: Terra dos Mortos, de George A. Romero, que poderia ter entrado tranquilamente em 2005.

– James Cameron está representado com três filmes. Christopher Nolan, com dois. São os queridinhos da Empire, desbancando Scorsese e Tarantino (eram meus palpites para diretores que teriam mais filmes na lista).

– 5 dos 30 filmes não alcançaram cotação positiva segundo o meu critério. Considerei isso positivo para a lista, porque a concordância entre críticos é muito mais difícil do que as pessoas imaginam.

Sérgio Alpendre