O compartilhamento de senhas de serviços de streaming com amigos e conhecidos é uma prática polêmica; algumas empresas entendem a prática como pirataria, enquanto outras veem como uma ferramenta de marketing. A Disney, que está chegando a esse mercado com o Disney+, programado para ser ativado ainda neste ano, tomou sua posição: compartilhamento de senhas, na visão da companhia, é pirataria.

Nos Estados Unidos, a empresa anunciou uma parceria com a empresa de TV paga Charter, que permitirá incluir o Disney+ na assinatura. Talvez mais importante do que a parceria para distribuição é o fato de que as duas empresas fecharam um acordo para restringir o compartilhamento de senhas.

Como relata o site Ars Technica,  comunicado diz que as duas empresas que a parceria “dá início a um esforço colaborativo importante para encarar a questão da pirataria”, segundo as palavras do vice-presidente da Charter, Tom Montemagno. Pirataria, neste caso, é a palavra usada para definir o compartilhamento de senhas. Não há detalhes sobre como esse sistema vai funcionar, a princípio.

É uma posição dura e mostra que a empresa não quer que as pessoas saiam trocando senhas do Disney+ com amigos e conhecidos, como acontece com todos os serviços similares. Será importante ver essa posição afeta o mercado ou se haverá um efeito contrário no qual a Disney acabaria impactada negativamente.

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Afinal de contas, seus concorrentes podem até não gostar muito da ideia de muitas pessoas usando uma mesma conta pagando apenas uma assinatura, mas já deram declarações de que a prática não é necessariamente negativa. Reed Hastings, fundador e CEO da Netflix, por exemplo, afirmou em 2016 que a companhia “ama que as pessoas compartilhem a Netflix”, apresentando a questão como algo positivo, e não negativo. Em outra ocasião, a companhia também afirmou à imprensa que “desde que não estejam vendendo, membros podem usar suas senhas da forma que preferirem” em um momento no qual a justiça dos EUA estava discutindo a legalidade da prática.

Já a HBO foi ainda mais enfática no apoio ao compartilhamento de contas em 2014, quando o ex-CEO Richard Plepler afirmou que a ideia era “um veículo de marketing fantástico para a próxima geração de espectadores”, e que o negócio da empresa era “criar adictos” no consumo de conteúdo, afirmando entender a questão, mas dizendo não ver um impacto negativo direto nos negócios.

São declarações antigas, no entanto. Se as empresas quiserem podem começar a tomar o caminho da Disney e começar a restringir a prática de forma mais ativa, e não seria muito complicado usando tecnologias de geolocalização ou restrição de dispositivos ativados. Resta saber qual seria a reação do consumidor.

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