Há alguns anos, especificamente em 2006, escolas do mundo inteiro precisaram atualizar seus livros de ciência para se adaptar a um novo consenso no mundo da astronomia: Plutão, até então nono planeta do sistema solar, perdeu esse status e passou a ser considerado um planeta anão. O novo consenso científico, no entanto, não significa nada para Jim Bridenstine, diretor da Nasa, que afirma que Plutão é, sim, um planeta.

Em declaração feita a jornalistas durante um tour na Universidade do Colorado, Bridenstine deixou claro sua opinião sobre o assunto. “Apenas para vocês saberem, na minha visão Plutão é um planeta. Vocês podem escrever que o administrador da Nasa declarou que Plutão é um planeta novamente. Eu mantenho isso: é a forma como eu aprendi e eu estou comprometido com isso”, afirmou.

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 O problema dessa história é que Bridenstine não tem qualquer histórico na ciência. Tradicionalmente, chefes da Nasa são pessoas com carreira de excelência em engenharia ou no setor militar, mas Jim Bridenstine é um ex-congressista ex-piloto da Marinha e foi colocado no cargo por indicação de Donald Trump em 2017.

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É ou não é planeta?

Em 2006, quando a União Astronômica Internacional redefiniu o conceito de “planeta”. O motivo para isso é porque até então, a classificação estava pouco clara e qualquer objeto poderia ser definido como tal. O resultado dessa definição foi que Plutão passou a ser um planeta anão. O motivo é porque ele não obedece as três regras necessárias para se enquadrar nessa categoria:

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  1. O objeto precisa orbitar o Sol;
  2. Ele deve alcançar o equilíbrio hidrostático (ele precisa ser esférico pela sua própria gravidade)
  3. Precisa “limpar sua vizinhança” (ter gravidade forte o bastante para não compartilhar sua órbita com outros objetos, que seriam atraídos para si)

Essa última regra acabou eliminando Plutão da categoria de planeta pela definição de 2006, não sem causar polêmica dentro da comunidade científica. Plutão tem apenas 0,07 vezes a massa de todos os outros objetos na sua órbita, enquanto a Terra tem 1,7 milhão de vezes a massa dos objetos em órbita.