Mesmo quando você fecha os olhos à noite, 100 bilhões de neutrinos produzidos no Sol continuam passando por você. Esses viajam perto da velocidade da luz, mas nunca atingem nada e apenas interagem com a matéria ao redor, e por isso também são chamados de partículas fantasmas. Agora um estudo mostra que esse tipo de partícula pode ter massa, e que essa pode ser medida a partir de galáxias que ficam por perto.

Até muito recentemente, acreditava-se que essas pequenas partículas não tinham massa. No final dos anos 90, os pesquisadores demonstraram que os neutrinos mudam constantemente entre três tipos de espécie, o que afeta a maneira como eles interagem com a matéria, e isso é algo que eles só podem fazer se tiverem massa. A partir desses experimentos de física de partículas, foi descoberto que pelo menos duas das três espécies de neutrinos têm massa.

No entanto, pouco se sabe sobre a massa das espécies mais leves até agora. Um novo estudo, publicado na Physical Review Letters, mostra que neutrinos são peculiares. A partir das regras da mecânica quântica, ele notou que em qualquer feixe de neutrinos, as três massas estão sempre presentes, mas em proporções diferentes. Cada neutrino tem uma combinação das três massas e cada massa tem uma combinação das três espécies. 

Os neutrinos são importantes para entender o espaço. Nos anos 40, uma carta à Physical Review dos físicos George Gamow e Mario Schoenberg sugeria que os neutrinos desempenhavam um papel importante na evolução estelar e nas supernovas (estrelas explosivas). Isso foi confirmado quando os cientistas detectaram os primeiros neutrinos de uma supernova em 1987.

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A razão pela qual os cientistas estão tão interessados em descobrir sua massa, é porque isso pode alterar a compreensão final de assuntos e teorias consolidadas até agora. Um exemplo é o Modelo Padrão da Física de Partículas é uma das teorias mais precisas de partículas fundamentais, no entanto, essa teoria prevê que os neutrinos não possuem massa.

Compreender as massas de neutrinos é um ponto-chave para avançar em direção a uma nova e melhorada teoria da física de partículas. É bem possível que, ao fazer isso, outros mistérios, que também não possam ser explicados pelo modelo padrão, como a natureza da energia escura e da matéria escura, também sejam resolvidos.

Embora os dados atuais disponíveis não sejam poderosos o suficiente para detectar um limite inferior para a massa do neutrino mais leve – ele ainda pode não ter massa – o trabalho demonstra que a aplicação de uma metodologia combinada é o caminho a ser seguido.

 

Via: The Next Web