Sylvester Stallone, 73 anos e ainda um astro de ação. O que era impensável em Hollywood anos atrás se tornou uma realidade com essa geração de musculosos que pavimentou seu caminho para o estrelato entre os anos 1970 e 1980, sendo associados ao cinema da Era Reagan.

Três séries de longas firmaram ou reafirmaram seu nome definitivamente em Hollywood, enquanto outros longas foram responsáveis por respiros cômicos (o genial Oscar – Minha Filha Quer Casar, por exemplo), escapes dramáticos (Falcão – Campeão dos Campeões), ficções científicas (O Demolidor, O Juiz), entre outras aventuras, algumas até ousadas para um astro desse tamanho. 

As duas primeiras séries aconteceram enquanto ele era ainda jovem, na faixa dos seus 30 e tantos anos: Rocky e Rambo foram as que firmaram sua carreira. A terceira, que reafirmou sua carreira quando ela podia dar sinais de cansaço, surge com um Stallone sexagenário, e ameaça continuar por sua terceira idade que mais parece a juventude em comparação com as pessoas comuns. É Os Mercenários. 

Na média, Rocky é a melhor série de longas, e Rambo a pior, apesar de conter o melhor filme entre todas as séries e de toda a carreira do ator.

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Muitos dizem que Stallone não tem talento, é careteiro, com voz feia e boca torta, e além de tudo só faz filmes ruins. Outros o consideram carismático o suficiente para levar um filme nas costas, ou até um gênio capaz de transformar água em vinho. A verdade, mais uma vez, está no meio do caminho. Não é qualquer filme que ele consegue levar nas costas. Depende de um bom diretor para controlar suas expressões, que se tornaram ainda mais caricatas com a idade, e de uma habilidade, também da direção, para encontrar o tom certo no aproveitamento de seus trejeitos. 

Trocando em miúdos, Stallone pode tanto representar uma mina de ouro, dependendo do roteiro e do diretor que tiver em mãos, quanto um passaporte para o fracasso, caso tudo ao redor conspire contra sua persona.

Em poucas palavras, os longas das três séries mencionadas acima, com cotações de um a cinco estrelas* e breves frases sobre cada um deles.

ROCKY

Rocky – Um Lutador (John G. Avildsen, 1976) * * * *

A superação do mal-estar americano nos anos 1970.

Rocky II (Sylvester Stallone, 1979) * * *

Bela continuação com a hora de ser realmente um campeão.

Rocky III (Sylvester Stallone, 1982) * *

O campeão fica frouxo, mas precisa enfrentar um desafiador malvado.

Rocky IV (Sylvester Stallone, 1986) * * *

Rocky, ítalo-americano, contra o grandalhão russo, no auge da Guerra Fria.

Rocky VI (John G. Avildsen, 1990) * * *

Briga de rua, como ele gosta.

Rocky Balboa (Sylvester Stallone, 2006) * *

Decepcionante retorno, embora com momentos tocantes.

Obs.: Ficaram fora os derivados: Creed e Creed 2, em que Stallone se envolve com o filho de seu rival e depois amigo Apollo Creed, e Ajuste de Contas, o confronto informal entre Rocky e o Touro Indomável Robert De Niro.

 

RAMBO

Rambo – Programado para Matar (Ted Kotcheff, 1982) * * * * *

Grande filme antibelicista em que Rambo é compelido por um xerife fascista a refazer o conflito no Vietnã em seu próprio país.

Rambo II – A Missão (George Pan Cosmatos, 1985) * * *

Passa na recuperação, porque Cosmatos contorna alguns obstáculos e a “reaganice”.

Rambo III (Peter MacDonald, 1988) *

Aqui nem Stallone salva.

Rambo IV (Sylvester Stallone, 2008) * *

Uma volta desnecessária, com violência atualizada para o século 21.

Rambo V – Até o Fim (Adrian Grunberg, 2019) *

Sério candidato a pior filme da carreira de Stallone.

OS MERCENÁRIOS

Os Mercenários (Sylvester Stallone, 2010) * * *

O humor é o grande trunfo deste longa que reúne vários astros de ação.

Os Mercenários 2 (Simon West, 2012) * *

Ainda mais astros se juntam, mas o diretor Simon West não consegue ultrapassar sua própria mediocridade.

Os Mercenários 3 (Patrick Hughes, 2014) * * *

Quase tão divertido quanto o primeiro.