Com 10 bilhões de anos, Andrômeda é a galáxia mais próxima da nossa e durante sua vida já devorou várias galáxias menores. Mas sua próxima ‘refeição’ será um verdadeiro banquete: a Via Láctea, galáxia onde vivemos, daqui a 4 bilhões de anos.

Segundo Dougal Mackey, astrônomo da Universidade Nacional Australiana e um dos co-autores de um estudo publicado na revista Nature, Andrômeda já se alimentou duas vezes: uma há alguns poucos bilhões de anos, e a outra num período mais antigo, quando ainda era uma galáxia jovem.

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Restos destas refeições foram encontrados e analisados pelo Pan-Andromeda Archaeological Survey (PAndAS), um estudo realizado pelo CFHT (Canada, France, Hawaii Telescope) no topo do monte Mauna Kea, no Havaí. O objetivo principal do estudo é reconstruir a origem, evolução e estrutura de Andromeda.

As pistas sobre o passado da galáxia vieram de dois aglomerados globulares, densos grupos de estrelas, que orbitam Andrômeda em um ângulo perpendicular um ao outro. Segundo Mackey, o cenário mais provável é que estes aglomerados se formaram em galáxias menores, e quando estas foram destruídas eles foram depositados no ‘halo’ de Andrômeda. Suas posições indicam que vieram de direções opostas, e provavelmente de dois eventos diferentes.

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A Via Láctea e Andrômeda tem a mesma massa, o que significa que, quando ocorrer, a fusão entre as galáxias provavelmente não será como no passado. Ainda assim, os dados do PAndAS, bem como dados que poderão ser coletados no futuro com novos telescópios em desenvolvimento, como o European Extremely Large Telescope (ELT), poderão ajudar a entender outras fusões galácticas no passado e a estimar qual será nosso destino no futuro.

Felizmente, segundo os cientistas, a fusão entre a Via Láctea e Andromeda não terá muito efeito sobre sistemas estelares individuais, como o nosso. Se ainda houver humanos por aqui em 4 bilhões de anos, eles poderão observar um show e tanto nos céus.

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Fonte: Vice