De acordo com membros do Project Zero, uma equipe do Google encarregada de encontrar bugs ‘dia zero’ (ainda sem correção) que podem ser explorados no Android, uma nova vunerabilidade que está sendo usada por hackers permite assumir controle completo de smartphones de vários modelos e fabricantes.

Em um comentário na ferramenta de acompanhamento de bugs do projeto, a pesquisadora Maddie Stone informa que a vulnerabilidade foi vendida e está sendo usada pelo NSO Group, uma firma israelense de cyber-inteligência que oficialmente “fornece a governos tecnologias que os ajudam a combater o crime”.

Entretanto, a empresa ficou mais conhecida em 2016 como autora do Pegasus, uma ferramenta capaz de “rootear” automaticamente um iPhone e interceptar mensagens enviadas através do iMessage, GMail, Viber, Facebook, WhatsApp,Telegram e Skype, bem como coletar senhas de redes Wi-Fi. Há indicações de que a ferramenta foi usada contra defensores dos direitos humanos nos Emirados Árabes e contra ativistas no México.

Segundo Stone, “o bug é uma vulnerabilidade de escalada de privilégios local que permite controle total sobre um aparelho vulnerável”. Ele pode ser explorado tanto por um app malicioso, instalado pela vítima no aparelho, como automaticamente via Web, se combinado a um bug em um navegador que possibilite a execução de código remoto.

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A lista de aparelhos vulneráveis inclui, mas não é limitada a:

Segundo o site Ars Technica, de acordo com o Google “a falha é considerada de alta severidade e não afeta o Pixel 3 e 3a. Os Pixel 1 e 2 receberão uma correção com o pacote de atualizações de segurança de Outubro, que deve ser lançado nos próximos dias. Além disso, um patch foi disponibilizado a nossos parceiros para garantir que o ecosistema Android esteja protegido contra este problema”.

Em declaração ao site, o NSO Group nega envolvimento no uso da falha: “a NSO nunca vendeu e nunca venderá exploits ou vulnerabilidades. Este exploit não tem nada a ver com a NSO. Nosso trabalho é focado no desenvolvimento de produtos projetados para ajudar agências de inteligência e segurança licenciadas a salvar vidas”.

Fonte: Ars Technica